WASHINGTON (Reuters) - O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recusou-se a designar qualquer grande parceiro comercial como manipulador de moeda num relatório amplamente esperado e divulgado nesta sexta-feira, afastando-se da promessa de campanha de Trump de classificar China como manipuladora do câmbio.
No entanto, o relatório semestral do Tesouro norte-americano manteve a China em uma "lista de monitoramento", citando o superávit comercial excepcionalmente grande da China com os Estados Unidos.
Cinco outros parceiros comerciais que estavam na lista de monitoramento de outubro passado - Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Alemanha e Suíça - também permanecem na lista, garantindo que o Tesouro possa fazer um exame extra de suas políticas cambiais e econômicas.
O relatório do Tesouro reconheceu o que muitos analistas disseram ao longo do ano passado, que a China recentemente interveio nos mercados de câmbio para sustentar o valor de sua moeda, o iuan, e não desvalorizá-la para tornar as exportações chinesas mais baratas.
Trump, que durante a campanha presidencial culpou a China por "roubar" empregos e a prosperidade dos EUA ao desvalorizar a sua moeda, repetidamente prometeu rotular o país como um manipulador de moeda no "primeiro dia" de governo Trump - medida que exigiria negociações especiais e poderia levar a direitos punitivos e outras medidas contra os produtos chineses.
O relatório lembrou os esforços do passado da China para deter o valor do iuan, dizendo que isso criou uma "distorção" de longo prazo no sistema de comércio global que "impôs dificuldades significativas e duradouras aos trabalhadores e empresas dos EUA".
O Tesouro também avisou que examinará de perto as práticas comerciais e cambiais da China e pediu uma abertura mais rápida da economia chinesa aos bens e serviços norte-americanos.
O relatório mostra que o governo Trump está adotando uma abordagem sobre o câmbio baseada em dados, em vez de política, disse Nathan Sheets, ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos para assuntos internacionais durante o governo de Barack Obama.
((Tradução Redação São Paulo, +5511 56447719))
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