Atenas, 2 mai (EFE).- O ministro das Finanças Giorgos
Papaconstantinou assegurou hoje que a Grécia espera economizar 30
bilhões de euros, 11% do Produto Interno Bruto (PIB), para reduzir o
déficit público a menos de 3% em 2014.
"Em 2014 o déficit estará abaixo de 3%", assegurou o ministro,
que acrescentou que as ajudas internacionais para evitar a quebra
grega vão de 2010 até inícios de 2013, e seu montante será revelado
ainda hoje, em Bruxelas.
"O programa (de austeridade) implica um esforço fiscal de 11
pontos do PIB, ou seja, 30 bilhões de euros em três anos (até 2013),
em adição ao anunciado no programa econômico para 2010", explicou o
ministro.
Papaconstantinou divulgou esses números pouco após ser
apresentado em um conselho de ministros o acordo sobre um plano de
austeridade com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União
Europeia (UE), condição para que a Grécia tivesse acesso ao dinheiro
do plano de resgate.
"Todos conhecemos a situação e estávamos convocados a escolher
entre o colapso ou a salvação", explicou o ministro sobre a
necessidade de apertar o cinto nos próximos anos.
"Com o programa se garantem os fundos necessários nos próximos
três anos, e os objetivos serão acompanhados a cada mês para que o
dinheiro siga fluindo", acrescentou Papaconstantinou que, mesmo sem
especificar o total da ajuda, disse que seria "uma quantidade nunca
vista".
O ministro grego, que se reunirá com seus colegas europeus hoje
em Bruxelas, assegurou que "o programa é valente". Segundo ele, em
2010 se prevê reduzir o déficit a 8% e seguir de forma paulatina seu
corte até situá-lo abaixo de 3% do PIB em 2014.
Entre as medidas para conseguir o objetivo estão o congelamento
das contratações públicas e o corte de pagamentos a funcionários e
pensões, assim como o aumento de impostos.
A apresentação das medidas se produz horas antes da reunião
extraordinária dos 16 ministros das Finanças da zona do euro para
avaliar o plano de ajuste e a eventual ativação da ajuda financeira
internacional prometida em troca.
É a primeira vez em 11 anos de história da moeda única europeia
que um dos membros precisa ser salvo da quebra pela incapacidade de
refinanciar a própria dívida nos mercados internacionais. EFE