Oslo, 27 jul (EFE).- Um relatório interno da Polícia norueguesa assinala que os cortes econômicos dos últimos anos afetaram as operações de seu helicóptero, que não pôde ser empregado para deter mais rapidamente Anders Behring Breivik em seu ataque ao acampamento juvenil.
O documento, divulgado nesta quarta-feira pela televisão pública "NRK", revela que, devido a dificuldades financeiras, a Polícia reduziu este ano a 900 horas o tempo de operabilidade anual do único helicóptero do corpo, menos de três horas ao dia, em média.
"Atualmente, não temos a capacidade que dispúnhamos há alguns anos", reconheceu à "NRK" o policial Anstein Gjengedal, responsável por administrar a verba orçamentária para o helicóptero.
Segundo a rede de televisão, o helicóptero não estava disponível no momento dos ataques, mas não precisou os motivos.
Em 2006, quando as forças de segurança o adquiriram, o helicóptero e o pessoal técnico para pilotá-lo estavam disponíveis 24 horas por dia.
Além disso, o relatório indica que a Polícia contava no passado com um helicóptero de reserva, mas este foi aposentado recentemente por problemas orçamentários.
As forças de segurança norueguesas foram criticadas nos últimos dias por sua resposta aos ataques da última sexta-feira e, especialmente, pela lentidão com que acudiram à ilha de Utoeya, a 40 quilômetros de Oslo.
Breivik abriu fogo contra dezenas de pessoas em um acampamento da juventude social-democrata na ilha e acabou matando 68 pessoas, em sua maioria jovens e adolescentes. O carro-bomba que havia explodido antes em Oslo deixou outras oito vítimas.
Apesar dos avisos telefônicos recebidos pela Polícia desde o começo do tiroteio, o ultradireitista dispôs de uma hora para perpetrar o massacre sem que ninguém o detivesse, já que as forças especiais tiveram que se deslocar primeiro por terra e depois de barco para chegar à zona, em vez de recorrer ao helicóptero, que não estava disponível. EFE