Paris, 26 abr (EFE).- O candidato socialista à Presidência da França, François Hollande, reiterou nesta quinta-feira sua intenção de renegociar o pacto fiscal europeu e afirmou que a chanceler alemã, Angela Merkel, não pode decidir por toda a Europa.
"Merkel ficará contra algumas coisas, mas haverá uma negociação. A Alemanha não decidirá por toda a Europa", disse Hollande na emissora pública de televisão "France 2".
O aspirante socialista afirmou que é necessário introduzir medidas no tratado de disciplina fiscal assinado em março por 25 Estados da UE para favorecer o crescimento econômico, junto à necessária austeridade orçamentária
"Desde minha vitória no primeiro turno (nas eleições presidenciais de domingo) todo mundo fala que o crescimento é necessário", disse Hollande, completando que "inclusive os analistas econômicos e os mercados acham que sem medidas de estímulo não poderão ser cumpridos os compromissos sobre a dívida".
O favorito nas pesquisas para o segundo turno das eleições do dia 6 de maio reiterou que sua primeira viagem como presidente será a Berlim para se reunir com Merkel.
"Direi a ela que o povo francês elegeu renegociar o tratado. Sem pôr em questão a seriedade orçamentária, a disciplina, direi que não podemos conseguir os objetivos marcados se não houver crescimento econômico", afirmou.
"Eu me apresento para mudar as coisas na França e na Europa", acrescentou Hollande, que destacou: "Somos um dos países líderes na Europa e o que fizer o povo francês modificará consideravelmente a situação".
Ele lembrou de sua intenção de enviar um memorando aos chefes de Estado e de Governo europeus para propor a criação de eurobonos a fim de apoiar planos industriais e de infraestrutura, assim como o aproveitamento dos fundos estruturais da UE não utilizados.
Hollande também apoiou o financiamento de projetos através do Banco Europeu de Investimentos e que o Banco Central Europeu possa emprestar aos Estados e não apenas às entidades financeiras.
Hollande ressaltou que a Europa é o único continente em recessão e acrescentou: "Se demorou três anos para salvar a Grécia, a Espanha está à beira do precipício e a Itália paga por seus empréstimos taxas de juros muito altas". EFE