Roma, 29 mai (EFE).- Os habitantes de Malta aprovaram a lei que autoriza o divórcio, após mais de 52% dos eleitores votarem "sim" no referendo sobre o tema realizado neste sábado na ilha mediterrânea, informa o jornal "Times of Malta".
A República de Malta, que conta com 98% de católicos entre os cerca de 500 mil habitantes locais, é o único país da União Europeia (UE) que ainda não prevê a figura jurídica do divórcio em sua legislação.
Opositor à proposta, o primeiro-ministro de Malta, Lawrence Gonzi, reconheceu a vitória do "sim". "Os resultados não representam o que eu queria, mas a vontade dos cidadãos deve ser respeitada e o Parlamento agirá para introduzir a lei do divórcio".
Já o deputado Jeffrey Pullicino Orlando, líder do movimento pelo "sim", disse que este resultado é significativo "porque leva Malta para uma nova era na qual o Estado e a Igreja estarão separados".
A líder do movimento pró-divórcio, Deborah Schembri, celebrou a vitória nas urnas, bem como o deputado Evaristo Bartolo, que disse que "o sol está brilhando na ilha".
O referendo ocorre após uma minuta sobre a lei do divórcio ser apresentada ao Parlamento. Com a vitória do "sim", a proposta segue para tramitação legislativa.
Malta já reconhece o divórcio obtido fora do país por casais formados por dois malteses ou um maltês e um estrangeiro.
Esta é a segunda consulta popular realizada em Malta. Em 2003, os eleitores foram consultados sobre a adesão do país à União Europeia. EFE