Jacarta, 20 jan (EFE).- O ministro da Indústria da Indonésia,
Mohammed Suleiman Hidayat, advertiu hoje sobre o risco de demissões
e fechamentos de indústrias no país por causa do tratado de
livre-comércio da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean)
assinado com a China, que entrou em vigor em 1º de janeiro.
O titular acrescentou em uma sessão parlamentar que os setores
mais prejudicados serão o do aço, o têxtil, o químico e o de
fabricação de móveis. Por isso, defendeu a renegociação de algumas
tarifas alfandegárias no pacto.
"Se não forem tomadas medidas de proteção a essas indústrias,
receio que haverá demissões e inclusive fechamentos", asseverou
Hidayat, que anteriormente tinha presidido a Câmara de Comércio e
Indústria indonésia (Kadin).
O ministro contestou que não estava autorizado a dar uma
estimativa de destruição líquida de postos de trabalho.
A ministra de Comércio indonésia, Mari Elka Pangestu, afirmou
ainda nesta semana que o acordo beneficiará a Indonésia "a longo
prazo", principalmente os exportadores e as empresas estrangeiras
com interesse de investir no país.
A Indonésia quer adiar em um ano o tratado de livre-comércio para
estudar as tarifas alfandegárias de 455 produtos cuja eliminação
tem, em sua opinião, "o potencial de enfraquecer a indústria
nacional".
Indústrias e funcionários indonésios previram nos últimos dias
quebras, reduções de produção e a demissão de até 2 milhões de
empregados diante da impossibilidade de competir com os produtos
chineses.
O tratado de livre-comércio, que prevê a eliminação de tarifas de
90% dos produtos, é o maior do mundo em número de consumidores e o
terceiro em volume de trocas comerciais.
A Asean é formada por Mianmar, Brunei, Camboja, Filipinas,
Indonésia, Laos, Malásia, Cingapura, Tailândia e Vietnã. EFE