Toronto (Canadá), 3 jun (EFE).- Em 2008, pela primeira vez na
história, os investimentos em energias limpas superaram os feitos em
fontes de combustíveis fósseis e chegaram a US$ 155 bilhões, revelou
hoje o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
O valor de 2008 representa quatro vezes os investimentos feitos
em energias limpas em 2004, apesar da extrema dificuldade pelas
quais os mercados financeiros passaram no ano passado pela crise
econômica global, segundo o relatório "Tendências Globais de
Investimentos em Energia Sustentável".
Achim Steiner, vice-secretário-geral da ONU e diretor-executivo
do Pnuma, reconheceu que "a crise econômica afetou os investimentos
em energia limpa quando se contempla em comparação com o crescimento
recorde dos últimos anos".
A crise econômica fez com que o investimento nos Estados Unidos
caísse 2%, enquanto na Europa o crescimento foi muito mais moderado,
informou em comunicado.
O titular do Pnuma disse que países como Brasil, Chile, Peru e
Filipinas estão trabalhando para desenvolver políticas e leis para
fomentar a energia limpa.
Steiner disse que o Brasil acumulou quase todos os investimentos
em energias renováveis da América Latina, enquanto na China houve um
aumento de 18%, até US$ 15,6 bilhões, e na Índia os investimentos
subiram 12%, para US$ 4,1 bilhões.
O relatório do Pnuma revela que a energia eólica atraiu a maior
quantidade de novos investimentos, US$ 51,8 bilhões, o que significa
um crescimento de 1% em relação a 2007.
No entanto, a energia solar foi a que experimentou o maior
crescimento, de 49%, para acumular US$ 33,5 bilhões, enquanto os
biocombustíveis perderam 9%, até US$ 16,9 bilhões.
Por regiões, a Europa investiu US$ 49,7 bilhões em 2008, um
aumento de 2%, enquanto na América do Norte o valor chegou a US$
30,1 bilhões, o que representou uma queda de 8%. EFE