Teerã, 4 fev (EFE).- O Irã anunciou neste sábado que suspenderá a exportação de petróleo a alguns países da Europa, que não nomeou, e sugeriu à União Europeia (UE) que revise sua decisão de proibir as importações de petróleo iraniano, informou a imprensa local.
Em declarações dadas na capital neste sábado, o ministro do Petróleo iraniano, Rostam Qasemi, afirmou que o Irã interromperá as exportações de petróleo a alguns dos países europeus que se opõem a Teerã e as manterá a outros menos hostis, indicou a agência local "Mehr".
"Vamos decidir sobre as exportações aos países europeus no futuro", disse Qasemi, ao comentar a decisão da UE de proibir as importações de petróleo iraniano a partir de 1º de julho, se Teerã não suspender seu programa nuclear.
O ministro manifestou sua esperança de que a UE "reconsidere sua decisão de impor sanções às exportações petrolíferas do Irã".
Em sua opinião, "a União Europeia cedeu às pressões dos Estados Unidos", país ao qual Teerã considera como seu principal inimigo ao lado de Israel.
Em todo caso, Qasemi disse à agência oficial "Irna" que, embora as sanções os impeçam de exportar petróleo, "o Irã não abandonará seu programa nuclear".
Por outro lado, o ministro considerou muito improvável que "países como China, Coreia do Sul e Índia (alguns dos principais compradores do petróleo iraniano) se unam às sanções petrolíferas contra o Irã".
"O Irã não pretende criar tensões na região e está interessado em estabelecer a estabilidade em toda a região" do Oriente Médio e Golfo Pérsico.
Na sexta-feira, o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, durante um sermão na Universidade de Teerã, a principal tribuna política do país, também advertiu que seriam adotadas medidas de represália contra as sanções ocidentais ao Irã, concretamente na questão petrolífera.
Além disso, Khamenei declarou que apoiará todos os que se opuserem a Israel, que Teerã não reconhece, e afirmou que a ameaça de ataques militares dos EUA prejudica "dez vezes mais" os interesses norte-americanos do que os de seu país e reiterou que, caso aconteçam, não ficarão sem resposta.
Nos últimos meses, os Estados Unidos e a UE endureceram suas posturas e sanções ao Irã para tentar fazer com que abandone seu programa nuclear. EFE