Teerã, 28 out (EFE).- O representante iraniano na Agência
Internacional de Energia Atômica (AIEA), Ali Asghar Soltanieh,
divulgará amanhã, em Viena, a opinião do Irã sobre o plano para a
venda de combustível a Teerã.
Segundo a agência iraniana "Mehr", que cita "um responsável
informado", em sua resposta definitiva à AIEA, o Irã aceitou o marco
geral do acordo da venda de combustível para o reator de Teerã, mas,
no entanto, pediu mudanças no acordo.
Soltanieh viaja hoje a Viena, onde deve se reunir amanhã com o
diretor da AIEA, Mohamed ElBaradei.
Segundo o acordo, cuja minuta foi preparada na semana passada em
Viena, a Rússia entregará o urânio enriquecido a 20% à França, onde
será transformado em barras, para ser enviado ao Irã através da
AIEA.
O acordo obriga o Irã a entregar seu urânio enriquecido a 3,5% à
Rússia em troca de urânio russo que será usado como combustível no
reator de pesquisas de Teerã.
O Irã afirma que aceitará enviar seu urânio ao exterior se o
acordo permitir despachá-lo de forma fragmentada, afirmou ontem o
presidente da Comissão de Segurança Nacional e Assuntos Exteriores
do Parlamento iraniano, Alaeddin Boroujerdi.
"Entregaríamos parte do urânio enriquecido a 3,5% que temos ao
país designado e, após recebê-lo a 20%, entregaríamos outra parte do
urânio a 3,5%", disse Boroujerdi, em declarações divulgadas pela
agência de notícias iraniana "Ilna".
O deputado disse que a opção preferida do Irã ainda é a compra do
combustível nuclear, mas, se o acordo final for ceder o urânio para
o enriquecimento no exterior, Teerã dividiria os envios em várias
cargas.
Fontes europeias próximas à negociação afirmaram que o objetivo
do acordo é reduzir o temor de que o Irã possa desviar no futuro
parte de seu urânio para um programa bélico clandestino, cujo
objetivo seria obter uma bomba nuclear ou armar ogivas de mísseis.
Segundo os especialistas, calcula-se que o Irã armazena cerca de
1,5 mil quilos de urânio enriquecido na usina de Natanz, no centro
do país.
De acordo com a proposta, o Irã deveria entregar 1,2 mil quilos
desse combustível à Rússia, para recuperá-lo tempo depois
enriquecido a 20%. EFE