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Irã embarga envio de petróleo à Grécia

Publicado 26.02.2012, 09:10

Teerã, 26 fev (EFE).- O Irã recusou o envio de uma carga de 500 mil barris de petróleo para a Grécia, o que aumenta não só as medidas de represália às sanções impostas pela União Europeia (UE) a Teerã, mas também os problemas econômicos de Atenas, informou a agência de notícias local "Fars".

"Um petroleiro que veio para levar 500 mil barris de petróleo a uma refinaria na Grécia teve de voltar vazio após o Irã se negar a entregar a carga", indica a "Fars". Com isso, as refinarias da Grécia seriam as terceiras europeias afetadas pelas medidas iranianas - após as da França e do Reino Unido.

O petroleiro tinha como destino a refinaria Helenikas, segundo a agência de notícias iraniana. Com a proibição deste domingo, a Grécia, o país que sofre a crise econômica mais grave dentro da União Europeia, seria também o país-membro do bloco mais afetado pela suspensão do envio de petróleo iraniano.

As importações de petróleo iraniano representam cerca de 14% do consumo do produto na Grécia.

Na atual situação, a interrupção do fornecimento pode desestabilizar ainda mais as debilitadas finanças gregas e também contribuir para uma alta ainda maior da cotação de petróleo nos mercados internacionais.

Para o Irã, a exportação de petróleo à Grécia representa cerca de 1% de suas vendas ao exterior e à União Europeia, aproximadamente 18% dos 3,6 milhões de barris de petróleo que comercializa diariamente nos mercados internacionais.

No último dia 19, o Ministério de Petróleo do Irã anunciou a suspensão das vendas da commodity às companhias da França e do Reino Unido por considerar as duas nações como promotoras das últimas sanções financeiras e petrolíferas da UE ao Irã, adotadas para pressionar Teerã para que suspenda seu programa nuclear.

Dois dias mais tarde, o ministro de Petróleo iraniano, Rostam Ghasemi, advertiu aos países da UE que o Irã cortaria o fornecimento de petróleo caso não houvesse contratos a longo prazo e com pagamento garantido, em resposta à proibição da UE de comprar petróleo iraniano, que deverá entrar em vigor em 1º de julho.

No último dia 15, o Ministério das Relações Exteriores iraniano tinha convocado os embaixadores de Itália, França, Espanha, Grécia, Holanda e Portugal para comunicar-lhes as novas condições da venda de petróleo, em reuniões que a imprensa local interpretou como ameaça de eventual corte de fornecimento.

Desses países, os mais afetados seriam Itália, Espanha e, sobretudo, Grécia, que adquirem do Irã entre 13% e 14% do petróleo que consomem.

Tanto a ONU como os Estados Unidos e a UE impuseram sanções ao Irã para que a República Islâmica suspenda seu programa nuclear, acusado de ter fins militares, mas Teerã avisou que não abandonaria o enriquecimento de urânio, que assegura ter fins exclusivamente pacíficos. EFE

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