Toronto (Canadá), 1 out (EFE).- Um membro do alto escalão do
Governo canadense revelou em entrevista publicada hoje por um jornal
do país que o Irã tentou adquirir material para seu programa nuclear
e de armamento por meio do Canadá utilizando terceiros países e
portos fantasmas no Golfo Pérsico.
O responsável pela seção de Contra-Proliferação da Agência de
Serviços Fronteiriços do Canadá, George Webb, afirmou ao jornal "The
National Post" que as autoridades canadenses confiscaram desde
componentes para centrífugas até chips que tinham o Irã como
destino.
Webb revelou que a última apreensão aconteceu na semana passada,
quando funcionários da Alfândega interceptaram uma carga de chips
que o Ministério da Defesa canadense disse acreditar que poderiam
servir para os sistemas de navegação de mísseis.
Os chips tinham sido adquiridos nos Estados Unidos, Dinamarca e
Japão. Seu destino oficial eram os Emirados Árabes Unidos (EAU), mas
há a suspeita de que deveriam chegar ao Irã.
Em abril, a Polícia Montada canadense anunciou a detenção de um
indivíduo que tentou exportar de forma ilegal, supostamente para o
Irã, equipamento utilizado na produção de urânio enriquecido.
A Polícia disse que Mahmoud Yadegari, morador da cidade de
Toronto, planejou a compra e exportação de "transdutores de
pressão", aparelhos que são utilizados na produção de urânio
enriquecido e que podem ser usados para aplicações militares.
Webb também revelou que algumas das exportações suspeitas têm
como destino o porto de Ras Al-Khaimah, que fica nos EAU, mas que é
controlado de fato pelo Irã. EFE