Por Ambar Warrick
Investing.com -- O iuane chinês afundou até a mínima de quase dois anos frente ao dólar na sexta-feira, diante do aumento das preocupações com a desaceleração do crescimento no país e de comentários mais rígidos do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA).
Às 10h22 (horário de Brasília), o dólar avançava 0,37% contra o iuane, para 6,8109, após chegar a seu patamar mais fraco desde setembro de 2020. A queda ocorre após a divulgação de dados econômicos fracos no país e o surgimento de mais sinais de alerta em relação ao seu mercado imobiliário, que enfrenta dificuldades.
As preocupações com a escalada das tensões dentre Estados Unidos e China, com Washington e Taiwan iniciando negociações para um acordo comercial, também pesaram sobre os mercados chineses.
A pressão sobre o iuane e a maioria das moedas asiáticas aumentou na sexta-feira, após comentários rígidos de várias autoridades do Fed, o que ajudou a impulsionar o dólar e reduzir o apetite para o risco.
James Bullard e Mary Daly, membros do Fed, disseram que o banco central americano elevaria os juros em 75 pontos-base em setembro, dado que a inflação continuava perto das máximas de 40 anos, mesmo com um leve arrefecimento em julho.
A alta de juros nos EUA prejudicou imensamente as moedas da Ásia neste ano, ao reduzir o diferencial entre as taxas pagas por ativos de baixo risco e mais arriscados. Isso faz com que o capital saia de mercados emergentes na Ásia e sejam alocados em títulos do Tesouro dos EUA e na moeda americana.
O Índice Dólar, que compara a divisa americana a uma cesta de seis grandes moedas, subia 0,44% na sexta-feira, enquanto os contratos futuros do índice registravam valorização similar. Ambos os indicadores subiram 0,9% na quinta-feira e estavam prestes a encerrar a semana com uma alta de 2%.
O dólar atingiu a máxima de um mês novamente contra uma cesta de moedas, indicando que os investidores possivelmente estavam precificando um Fed mais rígido em setembro.
O iene japonês recuava 0,78% frente ao dólar, após dados mostrarem que a inflação havia atingido a máxima de sete anos em julho. Apesar das maiores pressões de preço, o Banco do Japão indicou que não pretende desfazer sua política monetária ultra-acomodatícia neste ano.
Isso contrasta com a trajetória de aperto adotada pela maioria dos bancos centrais neste.
O peso filipino se saía melhor do que seus pares asiáticos na sexta-feira, subindo levemente depois que o banco central do país elevou os juros como esperado na quinta-feira.