Por Guy Faulconbridge e Elizabeth Piper e Kate Holton
LONDRES (Reuters) - O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, alertou a União Europeia nesta quarta-feira de que deve descartar demandas que ele diz serem inaceitáveis se houver um acordo comercial do Brexit de forma a evitar um divórcio turbulento em três semanas.
Com temores crescentes de um final caótico sem acordo para a crise de cinco anos do Brexit, Johnson vai a Bruxelas nesta quarta-feira para negociações com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante um jantar.
Ambos os lados enxergam a reunião como uma chance de desbloquear as negociações comerciais paralisadas, mas reconhecem que há o perigo de não haver um acordo comercial em vigor quando o Reino Unido finalmente deixar a órbita da UE, em 31 de dezembro.
Johnson disse que Bruxelas deseja que o Reino Unido cumpra as novas leis da UE no futuro ou seja punido automaticamente, e está insistindo que o país desista do controle soberano sobre as águas de pesca britânicas.
"Não acredito que esses sejam termos que qualquer primeiro-ministro deste país deva aceitar", disse Johnson ao parlamento britânico, sob aplausos dos parlamentares de seu Partido Conservador.
Johnson disse que "um bom negócio" ainda poderia ser feito se a UE abandonasse suas exigências, mas o Reino Unido prosperará com ou sem um acordo comercial.
Uma fonte do governo britânico disse que um acordo pode não ser possível, assim como o principal negociador do Brexit da UE, Michel Barnier.
O Reino Unido deixou formalmente a UE em janeiro, mas desde então esteve em um período de transição durante o qual permaneceu no mercado único da UE e na união aduaneira, o que significa que as regras sobre comércio, viagens e negócios permaneceram as mesmas.
Esse período termina em 31 de dezembro. Se até lá não houver acordo para proteger cerca de 1 trilhão de dólares em comércio anual de tarifas e cotas, as empresas de ambos os lados serão prejudicadas.