Washington, 23 ago (EFE).- Um juiz federal dos Estados Unidos
paralisou hoje de maneira cautelar o financiamento público das
pesquisas com células-tronco no país, em um revés a uma das apostas
mais polêmicas do presidente Barack Obama em matéria científica.
O tribunal deu a razão a um grupo de pesquisadores que em junho
processaram os Institutos Nacionais de Saúde, uma divisão do
Departamento de Saúde de EUA, por terem autorizado o uso de 13
linhagens de célula-tronco produzidas por cientistas em Boston e
Nova York.
Com essa medida, aprovada em dezembro de 2009, a Administração de
Obama reverteu a política do Executivo anterior no controvertido
campo da pesquisa com células-tronco, que alguns cientistas
consideram chave para conseguir avanços no tratamento de doenças
como o Alzheimer.
Para os litigantes, no entanto, este tipo de investigação é
imoral, pois supõe "a destruição de embriões humanos".
Essa posição recebeu hoje o respaldo do juiz do Distrito de
Columbia Royce Laymberth, que esclareceu que a direção aprovada em
dezembro viola uma lei que proíbe o uso de fundos federais para
destruir embriões humanos.
"A pesquisa com células-tronco implica claramente a destruição de
um embrião humano", disse Laymberth em uma resolução de 15 páginas.
A demanda recebeu o apoio de grupos conservadores e cristãos que
se opõem ao uso de embriões humanos para pesquisa a cujas
reivindicações respondeu então George W. Bush (2001-2009), ao impor
durante seu Governo restrições ao financiamento público desses
estudos.
No entanto, o setor privado continuou aprofundando neste campo e
quase meia dúzia de estados aprovaram desde então leis que permitem
o financiamento estatal de outras linhas de pesquisa com
células-tronco. EFE