Londres, 3 out (EFE).- A libra esterlina caiu nesta segunda-feira para seu menor valor em relação ao euro dos últimos três anos, depois que a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, anunciou durante o fim de semana que iniciará a saída do país da União Europeia no fim de março de 2017.
Durante a jornada de hoje, a divisa britânica caiu por volta de um 1% em relação à moeda comunitária, para 1,1433 euro, mas registrou um leve aumento durante a tarde, até ser negociada a 1,1456 euro no fechamento do mercado em Londres.
Já em relação ao dólar, a libra chegou a ser cotada em US$ 1,2815, o nível mais baixo desde 6 de julho, quando atingiu o valor de US$ 1,2796, poucos dias depois do referendo no qual os britânicos votaram pelo rompimento com a União Europeia.
No fechamento do mercado na capital britânica, a libra esterlina era negociada a US$ 1,2839.
Após a opção dos britânicos pelo "Brexit" no referendo, as turbulências provocadas tiveram forte influência na cotação da libra, que chegou a atingir o seu menor nível desde 1985.
Agora, a moeda britânica voltou a cair depois que May detalhou que o período de dois anos para negociar a saída da UE começará no primeiro trimestre de 2017, o que indica que a ruptura formal com o bloco poderá ocorrer no início de 2019.
Além disso, contribuíram para a queda da divisa britânica as especulações sobre a possibilidade de Londres adotar um "Brexit 'duro'", ou seja, que o país também deixe de fazer parte do mercado comum para garantir o controle da imigração.
"Agora que o calendário está marcado, a negociação dos termos (de saída da UE) será um fator-chave para que a libra possa avançar, mas adiantamos que a divisa enfrentará dificuldades durante os próximos meses", disse à agência local "PA" o diretor de estratégia de mercados da companhia FXTM, Hussein Sayed.
O enfraquecimento da libra em relação a outras divisas teve como consequência um aumento das exportações, o que fez com que o setor industrial do Reino Unido registrasse em setembro seu maior crescimento nos últimos dois anos.
Segundo o índice , um relatório de referência nos mercados, a queda da divisa britânica acelerou os pedidos procedentes de Ásia, Europa, Estados Unidos e diversos mercados emergentes.
Mesmo assim, o governo de May insistiu hoje que terá que abandonar a meta de conseguir o superávit orçamentário em 2020, o projeto com o qual o agora ex-primeiro-ministro David Cameron venceu as eleições em 2015, antes do referendo do "Brexit".