Bruxelas, 17 set (EFE).- Os líderes dos principais países da
União Europeia (UE) receberam hoje com satisfação a suspensão dos
planos dos Estados Unidos de instalar um escudo antimísseis na
Polônia e na República Tcheca.
Para a chanceler alemã, Angela Merkel, é uma decisão "que traz
esperança", enquanto o presidente francês, Nicolas Sarkozy, a
considerou "excelente".
O primeiro-ministro tcheco, Jan Fischer, afirmou ao chegar à
cúpula informal de chefes de Estado e Governo da UE que a decisão
"não é razão para uma mudança nas relações com os EUA, que estão em
um nível perfeito".
Para Fischer, esta "reconsideração de prioridades na política dos
EUA" terá um impacto nas relações entre Rússia e Europa.
Sarkozy também disse que a mudança de planos foi "extremamente
sábia" e afirmou confiar em que a Rússia, que se opunha à instalação
do escudo, saberá apreciá-la.
"É uma excelente decisão de todos os pontos de vista, e espero
que nossos amigos russos sejam conscientes da importância desta
decisão", declarou o presidente francês em entrevista coletiva
concedida após a cúpula.
Segundo Sarkozy, o cancelamento dos planos da Administração de
George W. Bush representará um avanço nas relações entre Rússia, EUA
e UE.
Por sua vez, Merkel disse que o anúncio americano "é um sinal que
traz esperança para superar as dificuldades com a Rússia em relação
a uma estratégia comum para lutar contra a ameaça iraniana",
afirmou.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, afirmou que
apoia "com firmeza" a decisão, que para ele é um exemplo de como "a
confiança entre as nações aumentou".
A decisão do Governo americano de abandonar o projeto de um
escudo antimísseis no leste da Europa se deve a uma mudança em sua
percepção da ameaça representada pelo Irã, justificou hoje o
secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates.
Segundo Gates, os serviços de inteligência americanos consideram
que os mísseis de curto e médio alcance do Irã representam uma
ameaça maior do que os de longo alcance. EFE