Rio de Janeiro, 12 ago (EFE).- O lucro líquido da Braskem, a
maior petroquímica da América Latina, cresceu 133% no primeiro
semestre deste ano frente ao mesmo período de 2008 impulsionado pela
recuperação do setor e pela valorização do real frente ao dólar,
segundo um comunicado enviado pela companhia a seus acionistas.
Os lucros da Braskem no período somaram R$ 1,166 bilhão, frente
aos R$ 500 milhões dos seis primeiros meses do ano passado. O forte
crescimento foi provocado principalmente pelos bons resultados do
segundo trimestre, quando o lucro cresceu 186% contra o do mesmo
período de 2008 e ficou em R$ 1,156 bilhão.
Os ganhos entre abril e junho foram 12.052% superiores ao do
primeiro trimestre, quando somaram apenas R$ 10 milhões.
"A Braskem operou em plena capacidade durante o segundo trimestre
de 2009 para responder à demanda nacional crescente e à recuperação
paulatina do mercado internacional", explicou o diretor-presidente
da empresa, Bernardo Gradin, no comunicado.
"A robustez do consumo brasileiro, impulsionado nos segmentos de
duráveis, alimentos e construção civil, aponta para um terceiro
trimestre com crescimento positivo", prevê o executivo.
Gradin esclareceu, no entanto, que ainda é cedo para dizer que a
crise foi superada, já que os níveis de desemprego e consumo nos
Estados Unidos e na Europa não indicam uma recuperação
significativa.
Por outro lado, "o crescimento anunciado pela China e outros
emergentes alimenta a expectativa de recuperação dos preços de
resinas e petroquímicos, presumindo que novas ofertas de
petroquímicos do Oriente Médio e da própria China serão compensadas
por hibernação e fechamento de fábricas na Europa e EUA",
acrescentou.
O diretor também admitiu que a forte valorização do real frente
ao dólar neste ano, apesar de já começar a provocar efeitos
negativos para a rentabilidade operacional, permitiu um aumento do
lucro graças ao maior rendimento das exportações da empresa e da
diminuição do custo da dívida em dólar.
A exportação de resinas de Braskem no primeiro semestre chegou a
532.739 toneladas, volume 79% maior do que no mesmo período do ano
passado.
Segundo o balanço da companhia, as vendas de resinas no Brasil no
segundo trimestre cresceram 27% frente às dos primeiros três meses
do ano e as vendas dos petroquímicos básicos registraram um
crescimento de 47%.
As vendas totais de resinas entre janeiro e junho passados, tanto
dentro, quanto fora do Brasil, ficaram em 1.538.115 toneladas, um
crescimento de 6% frente às do primeiro semestre do ano passado.
A produção, por sua parte, cresceu 3% no primeiro semestre e
ficou em 1.397.815 toneladas.
Apesar do aumento do lucro, a receita líquida da empresa encolheu
24% no primeiro semestre, até R$ 6,948 bilhões.
Da mesma forma, o Ebitda (lucro antes de impostos, juros,
amortizações e depreciações) nos primeiros seis meses desceu 14% e
ficou em R$ 1,023 bilhão. EFE