Rio de Janeiro, 8 dez (EFE).- As medidas anunciadas nesta quinta-feira pelo Banco Central Europeu (BCE) para aumentar a liquidez dos bancos e facilitar o crédito são uma luz no fim do túnel da crise na zona do euro, afirmou nesta quinta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
"Estamos vendo agora uma luz no final do túnel do problema europeu. É um longo túnel e é uma luzinha, mas é importante", declarou a jornalistas ao elogiar as medidas anunciadas pelo BCE.
Além de baixar as taxas de juros para 1% ao ano, o Banco Central Europeu anunciou hoje duas novas operações de injeção de liquidez em euros para facilitar o crédito aos consumidores e às empresas na zona da moeda única.
Segundo o ministro, o BCE havia mantido até agora uma posição um pouco tímida frente à crise, e agora é necessário que os países da União Europeia deem prosseguimento às medidas adotadas pela autoridade monetária.
"O Banco Central Europeu se aproximou um pouco mais de ser a instituição que empresta em última instância, papel que vinha cumprindo de forma tímida, quase que envergonhada. Vejo que os países europeus perceberam que é necessário colocar o BCE na frente do combate nesta crise", comentou Mantega.
O ministro acrescentou que, apesar do caminho adotado pelo presidente do BCE, Mario Draghi, estar correto, sua atitude tem que ser mais ousada.
"A atuação ainda não é a ideal. Tem que avançar ao ponto de dizer que vai comprar os bônus dos países europeus, que vai garantir a renegociação das dívidas dos países europeus", salientou.
Pouco antes, no entanto, o próprio Draghi negou em entrevista coletiva que a entidade monetária esteja disposta a comprar mais dívida soberana em troca de um acordo fiscal dos países europeus.
O ministro destacou igualmente a importância da criação de um Fundo Fiscal Europeu. "Se eles conseguirem a proeza de discutir juntos as metas fiscais de cada país haverá um controle conjunto e será igualmente um grande avanço", considerou.
Mantega reiterou que o Brasil está disposto a contribuir com mais recursos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para que possam ser canalizados aos países com problemas financeiros, mas desde que os países europeus também se comprometam.
O ministro, além disso, descartou que o país possa injetar recursos em algum fundo eventualmente criado para adquirir títulos de dívida dos países europeus. "Não é isso que queremos", concluiu. EFE