Estefanía Narrillos
Bruxelas, 13 ago (EFE).- A inesperada volta ao crescimento das
economias alemã e francesa entre abril e junho, após quatro
trimestres consecutivos de quedas, renovou as esperanças de
recuperação na Europa, onde a atividade continua caindo mas a um
ritmo cada vez menor.
Segundo os primeiros dados divulgados hoje pelo Eurostat, o
escritório estatístico comunitário, no segundo trimestre o PIB da
zona do euro caiu 0,1% e 0,3% na UE, muito abaixo do retrocesso de
2,5% e 2,4%, respectivamente, registrado no primeiro trimestre.
Estes números indicam que a recessão na qual a Europa está imersa
há mais de um ano pode estar terminando e que a economia estaria já
em recuperação.
O Banco Central Europeu respaldou este moderado otimismo ao
afirmar que "a recessão global chegou ao fundo do poço" e que na
zona do euro "o ritmo de contração diminui claramente".
A autoridade monetária europeia prevê que a zona do euro voltará
em 2010 a taxas de crescimento positivas, embora insistiu que a
incerteza continua sendo elevada.
"Para o ano que vem, após uma fase de estabilização, se espera
uma recuperação gradual com taxas de crescimento trimestrais
positivas", diz o banco.
O BCE pediu aos bancos comerciais da zona do euro que tomem as
medidas necessárias para fortalecer mais suas bases de capital e que
se aproveitem das medidas governamentais de apoio ao setor
financeiro, especialmente as que têm a ver com a recapitalização.
A Comissão Europeia indicou que o pior da crise "parece haver
ficado atrás" e mostrou sua satisfação porque as "ambiciosas"
medidas adotadas pela UE para estabilizar os mercados financeiros e
sustentar a demanda interna tiveram efeito.
A forte freada na queda da economia europeia se deve,
principalmente, ao impulso da Alemanha e França, onde a atividade
cresceu o 0,3% no segundo trimestre, uma evolução melhor do que
antecipavam os analistas e que põe fim a quatro trimestres seguidos
de contração.
Alemanha, a primeira economia da UE, conseguiu recuperar o
crescimento após a redução dos três primeiros meses, quando a
atividade afundou 3,5%.
A França, por sua parte, passou de um retrocesso de 1,3% de
janeiro a março a um aumento de 0,3%.
Em ambos os casos, a melhora se sustentou no consumo interno e no
avanço das exportações.
Na maioria de países - dos dezessete que tem dados disponíveis -
a situação melhorou no segundo trimestre, embora só Grécia (0,3%),
Portugal (0,3%) e Eslováquia (2,2%) também mostraram avanços do PIB.
Na Espanha, o Instituto Nacional de Estatística divulgará amanhã
seu primeiro cálculo sobre a evolução da economia entre abril e
junho, mas segundo o Banco da Espanha (banco central espanhol) a
atividade continuou em queda, 0,9%, embora menor que no trimestre
anterior (quando caiu o 1,9%).
No Reino Unido a queda também diminuiu, já que a atividade passou
a cair de 2,4% a 0,8%.
Na mesma linha, o PIB italiano retrocedeu no segundo trimestre
0,5%, contra 2,7% nos três primeiros meses do ano.
Se comparado com o segundo trimestre de 2008, a economia na área
da moeda única sofreu contração de abril a junho de 4,6% e 4,8% em
toda a União, contra 4,9% e 4,7%, respectivamente, registrado entre
janeiro e março.
Todos os países com dados disponíveis viram cair seu PIB em
termos anuais.
Segundo Eurostat, na Alemanha a queda foi de 5,9% (oito décimos
menos que no trimestre anterior) e na França de 2,6% (oito décimos
menos).
A economia britânica sofreu contração de 5,6% em relação a um ano
antes (contra 4,9% anterior) e a italiana 6% (a mesma taxa).
Os três países bálticos, especialmente a Lituânia, onde a
atividade caiu 12,3% no trimestre e 22,6% em comparação anual, se
situam como os países-membros com a pior evolução econômica nos
últimos meses. EFE