SÃO PAULO (Reuters) - Analistas consultados pelo Banco Central elevaram novamente a expectativa para a alta do IPCA ao final deste ano, mas não projetaram um aumento da Selic após autoridades do Banco Central reiterarem seu compromisso com a convergência da inflação à meta, mostrou a mais recente pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira
Segundo o levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, economistas agora veem o IPCA fechando 2024 em alta de 4,20%, ante 4,12% na semana anterior, em avaliação que vem na esteira da divulgação de números acima do esperado para o índice em julho.
Na sexta-feira, o IBGE relatou que a inflação ao consumidor acelerou no país em julho, subindo 0,38%, maior taxa desde fevereiro e após alta de 0,21% no mês anterior. Em pesquisa da Reuters, economistas esperavam um avanço de 0,35%.
No acumulado de 12 meses até julho, o IPCA teve alta de 4,50%, teto da meta de inflação do BC, cujo centro é 3,00%.
Para 2025, o IPCA é visto em alta de 3,97%, em queda ligeira frente ao avanço de 3,98 previstos há uma semana.
A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou, por outro lado, que os economistas ainda veem a Selic mantida em 10,50% até o fim deste ano, repetindo a projeção pela oitava semana consecutiva, mesmo após declarações mais duras de membros do BC nos últimos dias.
Na ata da última reunião de política monetária do BC, os diretores indicaram que não hesitarão em elevar a taxa de juros em prol da convergência da inflação ao centro da meta caso julguem apropriado. Em eventos na semana passada, membros da autarquia também foram unânimes ao demonstrar o compromisso da autoridade monetária com a meta de inflação diante do risco de aceleração dos preços.
Para o próximo ano, a taxa básica de juros ainda é projetada em 9,75%.
Os analistas também reafirmaram suas expectativas para o preço do dólar, prevendo que a moeda norte-americana fechará 2024 e 2025 no valor de 5,30 reais.
Também houve manutenção nas projeções para o crescimento do país, com o PIB ainda sendo em visto em alta de 2,20% neste ano e com avanço de 1,92% no próximo ano.
(Por Fernando Cardoso)