Washington, 21 jun (EFE).- O Federal Reserve (Fed, banco central
americano) iniciará na terça-feira uma reunião de dois dias, um
encontro no qual mais uma vez a atenção dos mercados está na
linguagem que usar em seu comunicado, porque ninguém aposta por
mudanças nos juros.
A ausência de inflação dá margem ao banco central para continuar
com sua política monetária que, desde dezembro de 2008, mantém
abaixo de 0,25% a taxa básica de juros, a fim de incentivar o
crescimento econômico.
Em seu boletim mais recente, o Fed indicou que a economia dos
Estados Unidos, estimulada em grande medida pela despesa dos
consumidores e as empresas, se fortaleceu em todo o país em abril e
maio.
Mesmo assim, o presidente do organismo, Ben Bernanke, disse
recentemente no Congresso que a reativação econômica, apesar de ser
sustentada pela demanda privada, não é tão forte como ele desejaria
e que os riscos procedentes da crise da dívida na Europa poderiam
requerer mais intervenção do banco central.
Por isso, a atenção dos mercados esta semana, da mesma forma que
nas últimas duas reuniões do banco, continua focalizada na avaliação
que fizer da economia.
Vai se prestar especial atenção a pistas que apontem para o grau
e o ritmo de retirada dos estímulos que o banco central aplicou, em
medida sem precedentes, perante a crise financeira de 2008.
O Departamento de Trabalho informou na semana passada que o custo
de vida caiu, pelo segundo mês consecutivo nos Estados Unidos, com
uma queda do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de 0,2%, o que
assinala que a maior economia do mundo continua se recuperando sem
ameaça de inflação.
A diminuição no IPC foi a maior desde dezembro de 2008 e seguiu a
uma queda em abril de 0,1%.
O núcleo da inflação, que exclui os preços da energia e dos
alimentos, foi de 0,1% no mês passado.
Em um ano, o IPC subiu 2%, um ritmo menor que os 2,2% anualizados
registrados em abril. O núcleo da inflação desde maio de 2009 foi de
0,9%, de acordo com os números do Governo.
O Federal Reserve prefere como medida da inflação em seus
cálculos a longo prazo outro dado do Departamento de Comércio: o
índice de preços em despesas de consumo pessoal, excluídos os dos
alimentos e dos combustíveis.
A autoridade monetária americana considera aceitável uma alta de
1,7% a 2% neste índice. Nos 12 meses até abril houve um aumento de
1,2%. EFE