Bruxelas, 21 jul (EFE).- A chanceler alemã, Angela Merkel, se mostrou nesta quinta-feira satisfeita com o resultado da cúpula da eurozona, que aprovou um segundo resgate à Grécia, porque os líderes mostraram "responsabilidade" com a Europa e a moeda única.
"Estou satisfeita com o resultado, pois os Estados-membros demonstraram que estão à altura deste desafio e mostraram capacidade de ação e responsabilidade com a Europa e nossa moeda comum", assinalou na entrevista coletiva posterior à cúpula de chefes de Governo e de Estado da eurozona.
O segundo pacote de resgate à Grécia de quase 160 bilhões de euros, dos quais 109 bilhões serão fornecidos pela União Europeia (UE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e os outros 50 bilhões pelo setor privado.
Deste último montante, 37 bilhões de euros provirão de uma contribuição voluntária dos bancos credores e 12,6 bilhões de um programa de recompra de bônus gregos. Em longo prazo, a contribuição líquida do setor privado para o período 2011-2019 será de 106 bilhões de euros.
"Saúdo extraordinariamente esta contribuição do setor privado e acho que é o sinal adequado em tempos difíceis", afirmou Merkel.
A chanceler alemã disse que a eurozona está consciente que a desconfiança dos mercados poderia provocar um efeito de contágio e por isso flexibilizaram o fundo de resgate, que terá mais poderes para intervir nos mercados e atuar para prevenir futuras crises.
"Isso significa que poderemos reagir muito melhor. No último ano e meio ficou claro que temos que trabalhar juntos na Europa e contar principalmente com os instrumentos adequados para o futuro", considerou.
"Somos conscientes que devemos afinar mais nossa política econômica e financeira", ressaltou, e por isso em outubro serão apresentadas propostas no seio da UE.
Alemanha e França concordaram em apresentar suas propostas entre agosto e setembro, explicou Merkel. Segundo a chanceler, a eurozona chegou nesta quinta-feira a uma "etapa importante", uma vez que deu passos significativos para que a dívida grega seja sustentável e para fomentar a competitividade do país.
"Sempre disse que não se trata de um golpe espetacular de libertação (para a Grécia), mas que o processo para que Atenas volte à estabilidade e a competitividade seja controlado e controlável, e confio que poderemos conseguir isso", concluiu. EFE