Julio César Rivas.
Nova Orleans (EUA), 14 jul (EFE).- Steve Ballmer, executivo-chefe
da Microsoft, debochou hoje da intenção do Google de desenvolver um
sistema operacional para computadores, mas expressou seu otimismo em
relação à situação econômica.
"Serei respeitoso", disse Ballmer no segundo dia da Conferência
Mundial de Sócios da empresa, que levou quase seis mil pessoas à
cidade americana de Nova Orleans.
"O Chrome é muito interessante. Só vai existir daqui a um ano e
meio, mas o estão anunciando agora", ironizou o executivo, que
respondia a uma pergunta sobre o anúncio de que o Google
desenvolverá um sistema operacional para o mercado dos netbooks,
como ficaram conhecidos os notebooks portáteis.
Ballmer disse ainda que não funcionará a estratégia do Google de
ter dois sistemas operacionais - além do recém-anunciado Chrome, a
empresa já tem no mercado o Android, para telefones celulares.
"Não há necessidade de dois sistemas operacionais", afirmou,
acrescentando que a Microsoft tentou o mesmo com o Windows 95 e o
Windows NT.
Ainda segundo Ballmer, na metade do tempo que passam em frente ao
computador, os usuários não usam navegadores de internet, por isso a
estratégia do Google para os netbooks não é acertada. "O Windows é o
sistema operacional adequado", afirmou.
O executivo, no entanto, foi mais comedido ao falar da Apple, que
já foi a maior preocupação da empresa em termos de concorrência.
Ballmer perdeu a oportunidade de atacar a rival quando perguntado
sobre a popular campanha de TV em que faz graça dos problemas do
Windows. Segundo o diretor, a Microsoft mantém a estratégia de
ignorar as provocações da Apple e "contar a história do PC".
O resultado, de acordo com o executivo, tem sido bom, já que os
números dos últimos nove meses mostram que o Windows avançou sobre a
fatia de mercado dos Mac da Apple.
Ele também comentou uma notícia publicada hoje no jornal "The New
York Times", que diz que o site de buscas da Microsoft, o Bing,
ajudar a melhorar a credibilidade da companhia e mostra o quanto a
empresa é persistente.
"Fomos repreendidos demais", disse Ballmer sobre o fracasso
inicial da Microsoft em desenvolver um site de buscas capaz de
concorrer com o Google. "Mas (o Bing) é uma prova de nossa
tenacidade", declarou.
Sobre o panorama econômico, o executivo disse várias vezes que
2009 está sendo um ano "duro". Ao falar da crise, no entanto, evitou
falar de uma "recessão" ou de uma "depressão", preferindo se referir
ao contexto atual como um momento de "reinício".
A explicação do diretor sobre as turbulências no mercado é que "a
economia mundial se reaqueceu" quando pessoas e empresas começaram a
pegar muito dinheiro emprestado e o sistema ficou sem condições de
cobrir os empréstimos.
"A economia tinha que desacelerar. Ela vai engrenará num ritmo
mais lento, isso é inevitável", disse o executivo-chefe da
Microsoft, que destacou as oportunidades que a Microsoft e seus
associados terão de aumentar sua participação de mercado.
"Hoje, tenho mais otimismo nas oportunidades do que já tive em
qualquer outro momento da história", afirmou.
Segundo ele, a empresa investirá US$ 24,5 bilhões em pesquisa e
desenvolvimento. A área de Comunicações e Produtividade será a que
receberá mais recursos (US$ 7,6 bilhões). O Windows e o Internet
Explorer, por sua vez, receberão US$ 5,1 bilhões para
aperfeiçoamentos.
A Microsoft também anunciou que a plataforma Windows Azure poderá
ser baixada de forma gratuita a partir hoje para que os
programadores comecem a desenvolver aplicativos. EFE