Por Khalid Abdelaziz e Mahmoud Mourad e Alaa Swilam e Nafisa Eltahir
CARTUM (Reuters) - Soldados prenderam nesta segunda-feira a maioria dos membros de alto escalão do governo de transição do Sudão e dissolveram a administração, enquanto oponentes da tomada de poder foram às ruas, onde disparos e ferimentos foram relatados.
Abdel Fattah al-Burhan, um general que comandava o Conselho Soberano, um organismo de partilha de poder, anunciou um estado de emergência em todo o país e dissolveu o conselho e o governo de transição.
O primeiro-ministro Abdalla Hamdok foi detido e transferido para um local desconhecido depois de se recusar a emitir um comunicado em apoio ao golpe, disse o Ministério da Informação, ainda aparentemente sob controle dos apoiadores de Hamdok.
O ministério pediu resistência ao golpe, dizendo que dezenas de milhares de pessoas que se opõem à tomada de poder foram às ruas e enfrentaram disparos perto do quartel-general dos militares na capital Cartum.
Ao menos 12 pessoas ficaram feridas nos confrontos, comunicou um comitê de médicos em sua página de Facebook, sem dar maiores detalhes.
O diretor do escritório de Hamdok, Adam Hereika, disse à Reuters que os militares realizaram a tomada de poder apesar de "movimentos positivos" rumo a um acordo com o premiê depois de reuniões com um enviado especial dos Estados Unidos em visita, Jeffrey Feltman.
Um jornalista da Reuters em Cartum viu forças conjuntas dos militares e das poderosas Forças Rápidas de Apoio paramilitares posicionadas nas ruas. Elas limitaram a circulação de civis enquanto manifestantes portando a bandeira nacional queimavam pneus em partes diferentes da cidade.