Brasília, 16 set (EFE).- O ministro da Energia, Edson Lobão,
afirmou hoje, durante uma audiência realizada no Congresso, que o
Brasil se tornará um grande exportador de petróleo, e com isso
passará a ter "um destacado papel na geopolítica internacional".
O ministro assegurou que, graças ao imenso potencial do chamado
pré-sal, que guarda entre 50 mil e 80 mil barris de petróleo em
águas profundas do oceano Atlântico, o Brasil poderá produzir,
dentro de dez anos, 3,8 milhões de barris por dia, o que duplicaria
sua atual produção.
A declaração do ministro não segue o tom do discurso do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que insiste que o país não
deseja ser apenas vendedor de petróleo, mas de derivados, por meio
de fortes investimentos no setor petroquímico.
Lobão participou de uma audiência pública na Comissão de Minas e
Energia da Câmara dos Deputados, que discute o marco regulador para
a zona do pré-sal que propôs o Governo.
O projeto visa fortalecer a presença do Estado na indústria
petrolífera através da Petrobras, que segundo o ministro, é uma
empresa que "desperta inveja no mundo todo ".
Ele também destacou os avanços tecnológicos que transformaram a
companhia brasileira em especialista na área de exploração em águas
profundas, como é o caso do pré-sal.
Lobão também defendeu a proposta do Governo de que, em caso de
associação da Petrobrás com uma companhia nacional ou estrangeira em
algum bloco do pré-sal, a estatal terá uma participação mínima de
30% na parceria.
O Governo sugere também, entre outros pontos, a criação de uma
nova empresa pública para representar o Estado e fiscalizar a
execução dos contratos do pré-sal, assim como um plano de
capitalização da Petrobras.
Segundo Lobão, a capitalização da firma será necessária, pois a
exploração dos recursos necessitará de fortes investimentos,
calculados em cerca de US$ 210 bilhões nos próximos dez anos. EFE