Investing.com - O euro subia acima do nível de US$ 1,20 nesta terça-feira, ampliando um avanço recente, ao passo que o dólar caía à mínima de dois anos e meio frente a uma cesta de moedas em meio a elevadas tensões geopolíticas na península coreana.
O par EUR/USD atingiu a máxima de 1,2069, valor mais alto desde 2 de janeiro de 2015 e estava cotado a 1,2045 às 07h11 (horário de Brasília).
Expectativas de que o BCE anuncie logo seus planos de reduzir seu programa de estímulo de compra de títulos têm levado o euro a subir cerca de 14% frente ao dólar apenas neste ano.
A moeda única se fortaleceu desde o discurso de Mario Draghi, presidente do BCE, em Jackson Hole na sexta-feira.
Embora Draghi não tenha oferecido novas indicações de política monetária, alguns investidores interpretaram sua ausência de comentários sobre o fortalecimento recente do euro como um indício de que a moeda continuaria a subir.
O euro atingiu nova máxima de oito anos frente à libra, com o par EUR/GBP avançando 0,38% para 0,9297, maior valor desde outubro de 2009.
O euro subiu mais de 9% frente à libra apenas esse ano, refletindo a perspectiva econômica divergente para a zona do euro e para o Reino Unido e suas implicações na política monetária.
O dólar caía à mínima de quatro meses frente ao iene, considerado porto seguro, após a Coreia do Norte disparar um míssil sobre o Japão, agravando as tensões na região após um período recente de calma.
O par USD/JPY recuava 0,63% para 108,55 após ter atingido 108,27 mais cedo, o menor nível desde abril de 2017.
O dólar caía à mínima de dois anos frente ao franco suíço, outro porto seguro tradicional, com o par USD/CHF caindo 1,19% para 0,9439.
O iene e o franco suíço são frequentemente procurados em momentos de tensões geopolíticas ou turbulência do mercado porque ambos os países possuem grandes superávits em contas correntes.
O índice dólar, que mede a força da moeda frente a uma cesta ponderada de seis principais divisas, tinha queda de 0,54% chegando a 91,67, seu nível mais fraco desde janeiro de 2015.
O dólar já estava na defensiva após o discurso de Janet Yellen, presidente do Federal Reserve, não ter feito qualquer referência à política monetária, decepcionando alguns investidores que esperavam que ela pudesse adotar um tom evocando mais endurecimento.
O dólar também estava sob pressão em meio a preocupações com o impacto do furacão Harvey na economia norte-americana após enchentes catastróficas atingirem o Texas e chegarem a fechar muitas refinarias de petróleo na costa do Golfo do México nos EUA.