O dólar subiu frente a outras moedas principais em geral, como o iene e a libra, em dia de relatório mensal de empregos (payroll) nos Estados Unidos com números mais fortes que o previsto. O dado reforçou a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) não terá pressa em cortar juros. Além disso, declarações do Fed estiveram no radar dos investidores.
Entre moedas emergentes, o peso mexicano bateu máximas desde 2015, favorecido pela postura cautelosa no processo de relaxamento monetário do banco central local.
No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 151,65 ienes, o euro estava estável, em US$ 1,0837 e a libra tinha baixa a US$ 1,2636. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,17%, a 104,298 pontos, mas teve queda de 0,24% na comparação semanal.
Os EUA criaram 303 mil postos de trabalho em março, acima da previsão de 200 mil dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast. A taxa de desemprego recuou de 3,9% em fevereiro a 3,8%, enquanto o salário médio por hora subiu 0,35% no mês, com ganho anual de 4,14%, um pouco acima das projeções de 0,3% e 4,1%, respectivamente.
Após o dado, o dólar se fortaleceu. A Capital Economics comentou que o payroll reforça a expectativa de que o Fed não tem qualquer urgência em cortar juros. A Oxford Economics afirmou que o dado não alterou sua perspectiva de redução nas taxas pelo Fed em junho, enquanto a Pantheon ainda apostava em perda de fôlego no mercado de trabalho dos EUA nos próximos meses.
Entre dirigentes do Fed, a diretora Michelle Bowman afirmou que não é o momento de cortar juros, em quadro ainda de riscos de alta para a inflação. Presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan se disse "cada vez mais preocupada" com riscos de alta na perspectiva inflacionária no país, enquanto Tom Barkin (Richmond) qualificou o payroll como "bastante forte".
Entre outras moedas, o dólar caía a 16,4686 pesos mexicanos, no horário citado. A moeda do país latino-americano era apoiada pela tendência de que o Fed mantenha os juros por mais tempo, o que segundo a Monex favorecia o carry trade em direção à divisa mexicana.