O dólar caiu ante outras moedas principais em geral, em dia de indicadores sem direção única dos Estados Unidos. Os dados reforçaram levemente a expectativa por relaxamento monetário, pressionando o dólar. Além disso, o iene se recuperou em parte do dia, mas chegou ao final dele bem perto da estabilidade, ainda em meio a especulações sobre eventual nova intervenção cambial do Japão para conter as baixas recentes. Entre emergentes, o peso mexicano reduziu perdas, após o Banco Central do México (Banxico) manter sua taxa básica de juros em 11,00%.
No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 160,81 ienes, o euro avançava a US$ 1,070 e a libra tinha alta a US$ 1,2644. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,14%, a 105,906 pontos.
Na agenda de indicadores do dia, o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no primeiro trimestre cresceu 1,4%, na leitura anualizada, de acordo com a terceira estimativa publicada hoje. Analistas ouvidos pela FactSet previam 1,3%, que confirmaria a estimativa anterior. O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) do país avançou à taxa anualizada de 3,4% no primeiro trimestre e o núcleo teve alta de 3,7%. As encomendas de bens duráveis subiram 0,1% em maio ante abril, quando analistas projetavam estabilidade. Já os pedidos de auxílio-desemprego caíram 6 mil na semana, a 233 mil, na semana encerrada no dia 22, ante previsão de 235 mil dos analistas, enquanto o número de pedidos continuados avançou 18 mil na semana encerrada no dia 15, ao nível mais alto desde novembro de 2021.
No câmbio, após os dados dos EUA o dólar estendeu levemente suas perdas. À tarde, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou avaliação sobre o país, no contexto do Artigo IV de suas diretrizes. O FMI defendeu que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) espere até o fim deste ano para reduzir juros, em quadro de atividade e emprego ultrapassando as expectativas.
Entre dirigentes do Fed, Raphael Bostic, presidente da distrital de Atlanta, reafirmou que pode haver corte de juros no quarto trimestre, mas ponderou que ainda deseja ter mais confiança de que a inflação caminha para a meta de 2%. Diretora do Fed, Michelle Bowman também disse ainda não estar confiante o suficiente para cortar juros, dizendo-se ainda disposta a aumentar os juros, caso o progresso na inflação fique estagnado.
O iene, por sua vez, chegou a exibir recuperação contida, mas oscilou perto da estabilidade. Entre autoridades japonesa, o ministro das Finanças, Shunichi Suzuki, afirmou que as autoridades agirão, caso necessário, para manter quadro mais estável no câmbio, dizendo que movimentos "rápidos e unilaterais são indesejáveis".
Entre moedas emergentes, o dólar subia a 18,4082 pesos mexicanos, no horário citado. A moeda do México reduziu perdas após o BC local manter sua taxa básica em 11,00%, como em geral esperado pelo mercado. Quatro dirigentes votaram com a maioria e um queria corte de 25 pontos-base. Para a Capital Economics, o Banxico sinaliza que vê agora espaço para discutir ajuste nos juros, o que segundo a consultoria abriria a porta para corte de 25 pontos-base em agosto. A Pantheon, por sua vez, diz que cortes nos juros devem recomeçar em breve, "contanto que o peso mexicano se estabilize" ante o dólar.
Na África do Sul, impasse na formação do governo liderado pelo presidente Cyril Ramaphosa pesou sobre o rand. No noticiário local, na noite de ontem Ramaphosa recuou de um acordo para oferecer à Aliança Democrática, de oposição, o Ministério do Comércio, Indústria e Competição, reforçando o quadro de tensões políticas. No horário citado, o dólar avançava a 18,4767 rands.