O dólar avançou contra rivais nesta quinta-feira, 9, depois de passar a maior parte do dia operando sem direção única no exterior. A moeda norte-americana conseguiu firmar o sinal positivo depois que o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, frisou que não hesitará em voltar a subir juros caso julgue necessário. Entre emergentes, o peso mexicano teve forte impulso, na esteira da decisão do BC do México de manter sua taxa de política monetária inalterada.
Powell buscou reiterar a postura cautelosa da instituição no atual contexto, a fim de garantir que a inflação retorne à meta de 2%. As falas do presidente se sobrepuseram à incerteza que predominou durante o dia, com o índice DXY andando de lado, enquanto o mercado tentava pescar pistas sobre a trajetória de juros nas declarações de outros dirigentes do Fed. No fim, o DXY fechou em alta de 0,30%, a 105,91 pontos. O dólar, por sua vez, subia a 151,36 ienes.
Para a Capital Economics, o dólar deverá se valorizar nos próximos meses, antes de enfraquecer em 2024 à medida que o Fed se mova em direção a um relaxamento e as perspectivas para a economia global melhorem.
O euro, que testou alta contra o dólar ao longo do dia, baixava a US$ 1,0668 , por volta das 17 horas (de Brasília). Os investidores também digeriram as falas de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) pela manhã.
O vice-presidente da instituição, Luis de Guindos, disse que é prematuro discutir corte de juros, ao passo que o dirigente Villeroy de Galhau destacou que não prevê alta de juros a menos que ocorra algum choque ou surpresa.
A libra, por sua vez, recuava a US$ 1,2222. No Reino Unido, os mercados repercutiram a declaração do economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE), Huw Pill, de que política monetária da instituição precisará ficar restritiva por um "período estendido". Mas Pill amenizou ao ressaltar que o BoE não pode fazer promessas para a perspectiva dos juros.
Fora do eixo das economias avançadas, o dólar se apreciava contra o peso mexicano, com pressão adicional após o Banco Central do México (Banxico) optar por manter seus juros em 11,25% ao ano. No horário citado, o dólar subia a 17,8879, de 17,5617 pesos no fim da tarde de ontem.
No câmbio paralelo da argentina, o dólar blue suspendeu a trégua recente e saltou 60 pesos argentinos, negociado a 950 pesos no final da tarde, de acordo com o jornal Ámbito Financiero. Investidores voltam a buscar cobertura na moeda americana, antes do segundo turno das eleições presidenciais, marcado para 19 de novembro.