Lisboa, 15 jul (EFE).- A agência de qualificação americana Moody's informou nesta sexta-feira que rebaixou a qualificação de crédito de sete entidades financeiras portuguesas, cinco deles para a categoria de "bônus lixo", oito dias após seu último corte aos bancos portugueses.
Em comunicado, a agência informou do corte no rating da Caixa Geral de Depósitos (CGD, estatal), do Banco Espírito Santo (BES), do grupo Espírito Santo, do Banco Comercial Português (BCP) e do Montepio Geral, para o nível de "bônus lixo".
Também caiu a nota do Banco Português de Investimentos (BIS) e da filial lusitana do Banco Santander, embora sua qualificação se mantenha em qualidade aceitável.
O anúncio da Moody's aconteceu apenas três horas depois de serem conhecidos os resultados dos testes de resistência realizados nos bancos europeus, e que foram superados pelas quatro entidades portuguesas participantes (CGD, grupo Espírito Santo, BCP e BIS).
As qualificações destas entidades, além disso, se mantêm "em vigilância para possível queda", dependendo dos planos das entidades financeiras portuguesas para fechar a venda de ativos, "atualmente em discussão com as autoridades portuguesas e europeias".
A Moody's justifica seu último rebaixamento da dívida de Portugal anunciado no dia 5 de julho, que a deixou em "Ba2", já considerada como "bônus lixo" ou investimento pouco recomendável, e não menciona em nenhum momento o resultado dos testes realizados com as entidades financeiras conhecidos nesta sexta-feira.
Seus analistas destacaram que o corte do rating de Portugal "implica um enfraquecimento da capacidade do Governo português em ajudar seu sistema bancário".
Pouco antes de a Moody's anunciar os cortes, o Ministério das Finanças português lembrou em comunicado que está preparado para ajudar com fundos públicos os bancos se as duas entidades financeiras com piores resultados nos testes não conseguissem se recapitalizar em três meses.
O Governo português ressaltou que este mecanismo de apoio figura no acordo assinado com a UE e o Fundo Monetário Internacional (FMI) em maio para receber sua ajuda de 78 bilhões de euros. EFE