Washington, 7 dez (EFE).- As mulheres latinas têm mais chance de morrer por câncer de mama que as brancas não latinas, assegura um estudo apresentado nesta quarta-feira no simpósio da Associação Americana para a Pesquisa do Câncer (AACR).
A doutora Kathy B. Baumgartner, professora de epidemiologia e decana da Escola de Saúde Pública da Universidade de Louisville (Kentucky), assinalou que "esta diferença pode estar associada com um fenótipo tumoral que é menos sensível à quimioterapia".
Baumgartner, que apresentou as conclusões de seu estudo durante o Simpósio do Câncer de Mama realizado esta semana em San Antonio (Texas), pediu "uma maior consciência desta disparidade étnica para melhorar a sobrevivência das mulheres latinas com a doença", informou a organização em comunicado.
O câncer de mama é o tipo mais comum e o segundo que mais mortes causa em mulheres que vivem nos Estados Unidos, com taxas de incidência e sobrevivência que variam segundo a etnia, de acordo com a AACR.
Estudos anteriores mostraram uma tendência de menor sobrevivência a este tipo de câncer nas mulheres latinas, aliada a fatores socioeconômicos, uma vez que muitas delas não têm acesso a tratamento adequado e a exames de detecção de alto nível.
No entanto, este novo estudo indica uma resposta inferior das latinas à quimioterapia, o que pode acontecer por um fator genético.
Baumgartner e sua equipe realizaram entre 1992 e 1996 um estudo de saúde pública no estado do Novo México, quando observaram 692 mulheres com câncer de mama para examinar as diferenças de impacto entre as brancas não latinas e as latinas.
Posteriormente, fizeram até 2008 um acompanhamento com 577 mulheres que desenvolveram câncer de mama invasivo, para avaliar as diferenças nas taxas de sobrevivência a longo prazo entre as brancas não latinas e as latinas que participaram do estudo.
Os resultados mostraram que as latinas tinham 20% mais chance de morrer por câncer de mama que as brancas não latinas.
Além disso, as latinas que receberam a quimioterapia tiveram probabilidade 50% maior de morrer de câncer de mama que as mulheres brancas não latinas submetidas ao mesmo tratamento, revelou o estudo.
A doutora assinalou que "alguns estudos sugerem que as latinas são mais propensas a desenvolver tumores ER-negativos, que são resistentes à quimioterapia". EFE