Belgrado, 19 jan (EFE).- A crise financeira mundial não está
perto do fim e só terminará, pelo menos, em 2013, apesar do otimismo
de banqueiros e pessoas da bolsa, afirma o Prêmio Nobel de Economia
Joseph Stiglitz, após advertir que são necessárias medidas e uma
resposta global ao problema.
"Certamente, o mundo não sairá da crise nem em 2010, nem em 2011.
Talvez nem em 2012 e 2013", disse Stiglitz a uma publicação sérvia.
Segundo o economista, o país onde começou a crise, Estados
Unidos, lutará durante muito tempo contra o déficit e pela
recuperação da política monetária.
Stiglitz disse que o otimismo em círculos de negócios é baseado
nas previsões de que a recuperação está perto e que a bolsa se
estabilizou, mas que o sistema financeiro não depende só dos fatores
econômicos.
"É normal que em Wall Street se fale do crescimento global da
economia, porque isso vende ações. Os economistas com que falei e
com os quais estou de acordo não pensam assim. Pelo contrário:
afirmam que o sistema financeiro neste momento é muito mais frágil
que antes da crise e representa um risco para uma estabilidade
duradoura", afirmou.
"A única pergunta que seria preciso fazer é: quando isso tudo se
repetirá?", questionou.
Embora se mostre satisfeito com o ligeiro crescimento da
economia, Stiglitz está decepcionado pelo fato de o momento não ter
sido aproveitado para reformar o sistema financeiro global.
"É horrível ver que a bola está inflando e não fazer nada, embora
esteja claro que explodirá. E não se fez nada nem depois da
explosão, principalmente nos Estados Unidos", disse.
Entre as propostas feitas por Stiglitz, estão a prevenção de uma
nova crise e a criação de um organismo com mais competências e
representação que os existentes, porque "a crise global requer uma
resposta global".
Outra reforma proposta por Stiglitz é um novo sistema global de
reservas, com uma moeda única, porque é necessário um sistema
multilateral que não dependa da moeda de nenhum país concreto. EFE