Mundo não sairá da crise até 2013, diz Nobel de Economia

Publicado 19.01.2010, 09:52

Belgrado, 19 jan (EFE).- A crise financeira mundial não está perto do fim e só terminará, pelo menos, em 2013, apesar do otimismo de banqueiros e pessoas da bolsa, afirma o Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz, após advertir que são necessárias medidas e uma resposta global ao problema.

"Certamente, o mundo não sairá da crise nem em 2010, nem em 2011. Talvez nem em 2012 e 2013", disse Stiglitz a uma publicação sérvia.

Segundo o economista, o país onde começou a crise, Estados Unidos, lutará durante muito tempo contra o déficit e pela recuperação da política monetária.

Stiglitz disse que o otimismo em círculos de negócios é baseado nas previsões de que a recuperação está perto e que a bolsa se estabilizou, mas que o sistema financeiro não depende só dos fatores econômicos.

"É normal que em Wall Street se fale do crescimento global da economia, porque isso vende ações. Os economistas com que falei e com os quais estou de acordo não pensam assim. Pelo contrário: afirmam que o sistema financeiro neste momento é muito mais frágil que antes da crise e representa um risco para uma estabilidade duradoura", afirmou.

"A única pergunta que seria preciso fazer é: quando isso tudo se repetirá?", questionou.

Embora se mostre satisfeito com o ligeiro crescimento da economia, Stiglitz está decepcionado pelo fato de o momento não ter sido aproveitado para reformar o sistema financeiro global.

"É horrível ver que a bola está inflando e não fazer nada, embora esteja claro que explodirá. E não se fez nada nem depois da explosão, principalmente nos Estados Unidos", disse.

Entre as propostas feitas por Stiglitz, estão a prevenção de uma nova crise e a criação de um organismo com mais competências e representação que os existentes, porque "a crise global requer uma resposta global".

Outra reforma proposta por Stiglitz é um novo sistema global de reservas, com uma moeda única, porque é necessário um sistema multilateral que não dependa da moeda de nenhum país concreto. EFE

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