Na Bélgica, Lula encoraja empresários europeus a investirem no Brasil

Publicado 05.10.2009, 16:28
Atualizado 05.10.2009, 16:42

Bruxelas, 5 out (EFE).- O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, encorajou hoje os empresários europeus a investirem no Brasil, um país cuja economia "está saudável e forte", porque teve "a coragem de regular" a tempo seu setor financeiro e fez "sacrifícios" para antecipar-se à crise, segundo ele.

No último ato de sua visita oficial à Bélgica, Lula participou de um fórum empresarial de alto nível, no qual defendeu a "confiabilidade" e a "seriedade" da economia brasileira, que será capaz de crescer 5% no ano que vem, segundo ele.

Suas palavras foram apoiadas pelas do ministro de Assuntos Exteriores belga, Yves Leterme, que o precedeu na tribuna do fórum "Bélgica-Brasil: Novas Fronteiras para os Negócios".

O Brasil, segundo Leterme, "foi um dos últimos a cair na crise e será dos primeiros a sair".

Diante de um auditório cheio de executivos das principais multinacionais belgas e europeias, Lula apresentou o Brasil como um país "que soube encontrar finalmente sua vocação: a de estar entre os grandes".

A recente escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, pela qual Lula foi efusivamente felicitado em sua viagem oficial à Bélgica, assim como a organização da Copa do Mundo em 2014 são "excelentes oportunidades" para investir no Brasil, disse o presidente.

"É muito importante que esse crescimento brasileiro seja feito em cooperação" com as empresas estrangeiras, afirmou.

Anteriormente, diante do mesmo público, um dos vice-presidentes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) Paulo Tigre se esforçou para desmontar a imagem tradicional do Brasil como um produtor exclusivamente de alimentos.

"É o país que abriga o maior número de empresas alemãs depois da Alemanha e tem o maior número de empresas suecas depois da Suécia", assegurou Tigre.

O único obstáculo foi citado pelo executivo-chefe da Federação de Empresas da Bélgica, Rudi Thomaes, que encorajou o Governo brasileiro a "prosseguir na via da simplificação e do esclarecimento de sistema fiscal".

Lula, por sua parte, reiterou seu pedido para que os mercados europeus se abram, para que os subsídios sejam eliminados, para que a Rodada de Doha seja concluída e para que as bolhas especulativas acabem definitivamente.

Apesar de ter sido "no passado" o presidente "que mais assustava a classe empresarial", Lula convidou abertamente os empresários belgas e, por extensão, todos os europeus, a participarem das oportunidades oferecidas pelo Brasil.

De sua experiência como líder sindical aprendeu que "ninguém respeita ninguém que não respeita a si mesmo" e "o Brasil tinha que respeitar a si mesmo", coisa que, segundo ele, começa a ser uma realidade.

Outra lição que Lula acredita ter demonstrado já como líder é que o crescimento econômico não é incompatível com a redistribuição da riqueza e que "distribuir a renda é, na realidade, o melhor caminho para crescer".

"O Brasil está crescendo de forma mais justa e mais sustentável, um pouco mais do lado dos pobres e um pouco menos do das classes mais altas", explicou.

Na terça-feira, em Estocolmo, Lula se reunirá com os principais dirigentes da União Europeia (UE), em uma cúpula que terá como centro a recuperação econômica mundial e a luta contra a mudança climática.

O primeiro-ministro sueco e presidente rotativo do bloco, Friedrik Reinfeldt, receberá Lula e o presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Durão Barroso.

Os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, também estarão presente na reunião, além das comissárias europeias de Assuntos Exteriores, Benita Ferrero-Waldner, e de Comércio, Catherine Ashton.

Segundo uma minuta da declaração conjunta que será adotada por UE e Brasil ao término da cúpula, ambas as partes se comprometerão a alcançar um "acordo global positivo e ambicioso" na conferência das Nações Unidas sobre o clima, que será realizada em Copenhague em dezembro. EFE

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