Jerusalém, 20 nov (EFE).- O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, freou a aprovação parlamentar da polêmica proposta de lei para limitar o financiamento de ONGs por governos estrangeiros, que na semana passada recebeu sinal verde de uma comissão ministerial, informa neste domingo o jornal "Haaretz".
Netanyahu adiará indefinidamente as apelações apresentadas contra a aprovação pela comissão, motivo pelo qual os deputados nunca conseguirão ratificar a iniciativa - considerada antidemocrática -, aponta a publicação com base em fontes oficiais.
"Atualmente não há intenção de manter uma discussão nas reuniões do gabinete. Netanyahu terá que decidir quando e como ressuscitar estas propostas, se é que o fará. Isto também depende da pressão que haverá", indicaram.
Outras fontes ligadas aos promotores desta e outras propostas que também foram tachadas de antidemocráticas têm a sensação de que "Netanyahu está trabalhando para esmagá-las, talvez assustado pelas críticas de representantes estrangeiros e da Procuradoria Geral".
A lei, que havia recebido o respaldo de Netanyahu, tem como objetivo impor um teto de 20 mil shekels (cerca de US$ 5,6 mil) ao apoio de "entidades estatais estrangeiras" às ONGs israelenses vagamente qualificadas como "políticas", o que se significa na prática as que trabalham pelos direitos humanos nos territórios palestinos ocupados.
A iniciativa foi criada por dois deputados de seu próprio partido, o direitista Likud, Tzipi Hotovely e Ophir Akunis.
A comissão ministerial aprovou uma segunda iniciativa pela qual se pretende taxar com 45% as doações feitas por governos estrangeiros às ONGs não aptas para receber dinheiro do Estado.
A União Europeia (UE), os Estados Unidos e outros países, principais doadores destas ONGs, pediram a Netanyahu que rejeite as novas propostas.
Antes do voto na comissão ministerial, o embaixador da UE em Tel Aviv, Andrew Standley, advertiu o assessor de segurança nacional do primeiro-ministro, Yaakov Amidror, que, caso prosperem, estas propostas poderiam prejudicar a imagem de Israel no mundo ocidental como Estado democrático. EFE