Washington, 12 mai (EFE).- O presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama, e o do Afeganistão, Hamid Karzai, ressaltaram hoje as
boas relações entre seus países, mas admitiram a existência de
desacordos e a necessidade de que o Afeganistão "faça mais" no
futuro.
Em entrevista coletiva conjunta, após uma reunião de mais de uma
hora no Salão Oval da Casa Branca, o presidente americano considerou
"exageradas" as informações sobre atritos com o Afeganistão.
Obama indicou que "certamente sempre haverá revezes, mas ambos
compartilhamos uma estratégia".
Neste sentido, reiterou seu compromisso com um Afeganistão
"forte, estável e próspero" e indicou que a relação é baseada no
"respeito mútuo", apesar das diferenças que possam existir.
Com as declarações, Obama tentava minimizar as tensões existentes
entre os dois países, que diferem seriamente em assuntos como a luta
contra a corrupção ou as vítimas civis em ataques de forças aliadas.
Por sua parte, Karzai admitiu que as relações entre os dois
países tiveram "altos e baixos", mas assegurou que são "sólidas" e
compartilham o objetivo de alcançar um futuro melhor para o
Afeganistão e derrotar os extremistas talibãs e a rede terrorista Al
Qaeda.
O presidente afegão expressou seu compromisso de conseguir um
melhor Governo em seu país com a ajuda dos EUA.
"Há momentos nos quais nos falamos com franqueza um com o outro e
essa franqueza só contribui para o fortalecimento da relação",
ressaltou Karzai.
Sobre as mortes de civis, o presidente americano afirmou que "não
são apenas um problema político (...), mas não dá prazer algum
quando fico sabendo que morreu um civil" e ressaltou que as forças
americanas "têm o máximo cuidado para tentar evitar" baixas civis e
em algumas ocasiões evitam atirar, "mesmo que para eles seja mais
seguro abrir fogo".
Na entrevista coletiva, o presidente americano ressaltou que
mantém seu objetivo de dar início à retirada das forças americanas
em julho de 2011, depois de ordenar o envio de mais 30 mil soldados
americanos para o Afeganistão este ano.
No entanto, Obama ressaltou que isso não quer dizer que os EUA
abandonarão o Afeganistão, mas continuarão "destinando recursos
depois de julho" para assegurar a manutenção da segurança e da
governabilidade no país.
"Estamos alcançando progressos lentos, mas seguros. Não vamos
solucionar tudo da noite para o dia, mas nossos soldados podem estar
seguros de que seus sacrifícios dão resultado e que cada vez mais
território afegão está sob controle do Governo e menos dos talibãs",
disse Obama. EFE