Washington, 14 mai (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu neste sábado a eliminação dos subsídios de US$ 4 bilhões que as petrolíferas e empresas de gás recebem por ano dos contribuintes, classificando-os de "injustos" e "sem sentido".
Em sua tradicional mensagem de sábados, o líder lembrou as "medidas com bom senso" que projetou para enfrentar o aumento do preço da gasolina, que chegou a valer US$ 4 por galão, o que eleva o preço do tanque para "mais de US$ 60".
Obama reiterou seu plano para "pôr fim às dádivas a empresas petrolíferas de uma vez por todas", às vésperas da votação sobre o assunto no Congresso, que será realizada na semana que vem. "Espero que democratas e republicanos se unam e o consigam", acrescentou.
O presidente afirmou que nos últimos meses, as grandes empresas petrolíferas tiveram lucro semanal de aproximadamente US$ 4 bilhões. "No entanto, elas recebem US$ 4 bilhões dos contribuintes todos os anos, num momento em que os americanos mal podem encher o tanque, em que tentamos reduzir o déficit", continuou.
"Antes de assumir a Presidência, os próprios diretores dessas empresas admitiram que os subsídios fiscais não fazem sentido", argumentou Obama, que insistiu que o povo americano "não deve" subsidiar as petrolíferas num momento em que sua renda está para alcançar "níveis recordes".
Em vez de subsídios, o governante defendeu o investimento em fontes limpas e renováveis de energia como "solução definitiva para o alto preço da gasolina".
As políticas que buscam que os carros consumam combustível de forma mais eficiente, por exemplo, poderiam promover economias às famílias de até US$ 3 mil em gasolina por ano, destacou o líder.
Dentro das medidas orientadas a reduzir o preço do petróleo, Obama também apontou a criação de "um grupo de trabalho" liderado pelo procurador-geral, Eric Holder, cuja missão será "combater os casos de fraude ou manipulação do mercado que poderiam afetar o preço da gasolina".
O Governo espera assim garantir "que ninguém se aproveite dos consumidores nos postos de gasolina", inclusive as atividades ilegais de "investidores e especuladores".
Obama também fixou o objetivo de "aumentar a produção segura e responsável do petróleo dentro do país".
Para isso, ele disse ter instruído o Departamento de Interior a vender "concessões anuais na Reserva Nacional de Petróleo no Alasca" e acelerar a "avaliação de recursos de gás e petróleo" na região sul e central do Atlântico, ao passo que estuda conceder concessões a novas áreas no Golfo do México.
Além disso, Obama assinalou sua intenção de "dar tempo às empresas para que cumpram com padrões mais altos de segurança com relação à prospecção e perfuração", especialmente após a moratória temporária ocasionada pelo vazamento de óleo da petrolífera BP no Golfo do México entre abril e julho de 2010.
"Meu Governo está outorgando extensões de concessões de perfuração em regiões do Golfo impactadas pela moratória temporária, além de certos setores em águas do Alasca", ressaltou Obama, que prometeu designar uma equipe neste último estado para coordenar essa tarefa. EFE