Nova Délhi, 4 dez (EFE).- O secretário-geral da Organização para
a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Ángel Gurría,
pediu hoje que a Índia relaxe suas "restrições" ao investimento
estrangeiro, especialmente no âmbito dos seguros e do setor
bancário.
Gurría, que está em visita a Nova Délhi, admitiu que a Índia deu
"grandes passos" para liberalizar seu marco regulador de
investimentos estrangeiros, mas deu ao gigante asiático uma série de
sugestões para abordar "os muitos desafios que restam", segundo um
comunicado da OCDE.
As declarações de Gurría resumem as conclusões de um relatório de
seu organismo destinado a sugerir uma política econômica mais
liberal à Índia, que conta com setores com grande participação
pública, como os bancos e as infraestruturas.
A OCDE recomendou à Índia um "desenvolvimento sustentável",
promover a colaboração da empresa pública e privada em projetos de
infraestruturas, estudar as estatísticas do investimento estrangeiro
nos estados indianos e revisar suas "políticas reguladoras".
Gurría também disse que "fortalecer a capacidade do sistema
judiciário" melhoraria as perspectivas de investimento estrangeiro,
e lembrou que, para as companhias, "os atrasos da Justiça podem
significar a quebra".
Destacou que "a brecha entre os estados ricos e pobres da Índia
aumentou" e fez uma chamada para que o gigante asiático, cujo
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) desde 1991 foi
"impressionante", faça um esforço para "reduzir as desigualdades".
O relatório pede também à Índia mais transparência corporativa e
responsabilidade para que o gigante asiático se aproxime das
"práticas e padrões reconhecidos em escala internacional".
Gurría apresentou o relatório acompanhado do ministro do Comércio
indiano, Anand Sharma, que hoje disse à imprensa que a Índia atrairá
neste ano fiscal US$ 18 bilhões em investimentos estrangeiros
diretos, frente aos US$ 27,32 bilhões do ano anterior, segundo a
agência "Ians". EFE