Jordi Kuhs.
Viena, 13 out (EFE).- Os analistas da Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (Opep) corrigiram ligeiramente para cima a
previsão da demanda mundial de petróleo para este ano e 2010, no
último relatório mensal publicado hoje sobre o mercado petroleiro.
Segundo a Opep, a demanda petrolífera neste ano cairá 1,4 milhões
de barris diários (mb/d), 200 mil barris diários a menos do estimado
anteriormente, até 84,24 mb/d, embora o número seja 1,65% inferior
ao do ano anterior.
Para 2010, os analistas preveem crescimento da demanda de 700 mil
barris por dia, frente aos 500 mil (0,8%) previstos no relatório de
setembro, até um novo total de 84,93 mb/d.
O aumento do consumo para o próximo ano é atribuído aos países
não membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômica (OCDE), como China, Índia, Oriente Médio e América Latina.
Nesse contexto, os analistas do grupo destacam a alta dependência
desses países diante das previsões econômicas e energéticas para o
próximo ano.
A Opep acredita que esses países serão responsáveis por 2,2
pontos percentuais do crescimento econômico mundial, estimado em
2,7% para 2010, 0,2% a mais do que o previsto anteriormente.
Para este ano, os analistas do grupo petroleiro estimam uma
contração econômica de 1,2% em nível mundial.
"Apoiado pelas políticas fiscais e monetárias, a economia mundial
mostra sinais de recuperação. No entanto, o consumo privado segue
estagnado, especialmente nas economias avançadas", adverte o
relatório.
A Opep destaca que a principal revisão aconteceu na China, onde a
economia crescerá neste ano 8% e 8,5% no ano de 2010, comparado com
a queda dos países da OCDE de 3,6% neste ano e o pequeno aumento de
1% no próximo ano.
O cartel adverte que "enquanto não houver um panorama mais nítido
sobre o ritmo de recuperação econômica, a previsão sobre o consumo
petroleiro e de outras matérias-primas continuará altamente
dependente dos sinais econômicos".
Neste ano, a demanda de petróleo da Opep se mantém estável em
28,6 mb/d, apenas 100 mil barris a mais que a estimativa anterior,
ou seja, os países vão vender 2,3 mb/d menos do que no ano passado.
Para 2010, a organização prevê uma necessidade inferior a deste
ano, com 28,4 mb/d, 300 mil barris a mais que o estimado no último
relatório, 200 mil barris a menos que em 2009.
O preço do petróleo da organização, o da chamada cesta da Opep,
composta por 12 tipos de petróleo de seus países-membros, caiu 5,9%
em setembro, uma média de US$ 67,01 por barril.
No entanto, a crescente fragilidade do dólar empurra os preços
acima dos US$ 70 por barril, destaca a Opep, como ocorreu na
segunda-feira, quando foi pago US$ 70,6.
"Relatórios positivos sobre os benefícios de empresas nos Estados
Unidos no terceiro trimestre poderiam melhorar o ambiente no mercado
e impulsionar os preços nas próximas semanas", advertem os analistas
da Opep. EFE