Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar inaugurou outubro em baixa ante o real, com a cautela com o primeiro turno da eleição presidencial suavizada pelo otimismo no cenário internacional com um renovado acordo comercial entre Estados Unidos, Canadá e México.
O dólar recuou 0,47 por cento, a 4,0183 reais na venda, depois de recuar 0,87 por cento em setembro, terminando o último pregão do mês cotado a 4,0371 reais.
Na mínima da sessão, foi a 4,0045 reais e, na máxima, a 4,0639 reais. O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,90 por cento.
Ibope e Datafolha vão se revezar nesta semana com novos levantamentos de intenção de votos, a começar pelo primeiro nesta segunda-feira.
"Pesquisas eleitorais vão continuar influenciando o movimento do real... fator que deverá trazer volatilidade para o mercado ainda esta semana", apontou a Fair Corretora de Câmbio em relatório.
O levantamento mais recente foi divulgado nesta manhã pelo BTG Pactual (SA:BPAC11) e mostrou que o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, manteve a liderança nas intenções de voto no primeiro turno à frente de Fernando Haddad (PT), mas agora com 7 pontos de diferença ante 10 pontos na semana passada.
Dois outros levantamentos saíram nos últimos dias: o Datafolha na sexta-feira mostrou que Bolsonaro segue na liderança no primeiro turno, seguido por Haddad, mas que na segunda rodada a vitória seria do petista.
Já o levantamento do CNT/MDA no domingo apontou empate técnico de Bolsonaro --que recebeu alta do hospital no sábado-- com Haddad, também com vitória do petista no segundo turno.
No exterior, a busca pelo risco predominou, com os investidores mais animados depois que Estados Unidos e Canadá fecharam no domingo um acordo de último minuto para salvar o Nafta como um pacto trilateral com o México, resgatando uma zona de livre comércio entre três países de 1,2 trilhão de dólares.
O dólar caía ante as divisas de países emergentes, com destaque para o peso argentino, no primeiro dia da nova banda cambial acertada com o Fundo Monetário Internacional (FMI), e a lira turca, com sinais de que um impasse político entre Washington e Ancara possa ser solucionado em breve, e com garantias do presidente turco, Tayyip Erdogan, de que ele não vai interferir na política do banco central do país.
Ante a cesta de moedas fortes, o dólar exibia pequena alta perto do fechamento do mercado doméstico.
O Banco Central ofertou e vendeu integralmente nesta sessão 7,7 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 385 milhões de dólares do total de 8,027 bilhões de dólares que vence em novembro.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.