Viena, 9 set (EFE).- Os quatro países do Golfo Pérsico membros da
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiram
manter sua postura na reunião de hoje à noite, em Viena, de não
mudar sua oferta de petróleo, fixada em 24,84 milhões de barris
diários (mbd).
O anúncio foi feito pelo ministro de Petróleo do Kwait, Ahmad
al-Abdullah al-Sabah, poucas horas antes da abertura da 154ª
conferência ministerial da Opep.
A decisão de Arábia Saudita, Catar, Kuwait e Emirados Árabes
Unidos está de acordo com a expectativas dos mercados, dado que
nenhum dos 12 membros da Opep se manifestou a favor de uma
modificação das cotas de produção.
Al-Sabah anunciou a decisão tomada pelas influentes nações árabes
a um grupo de jornalistas, na saída de uma reunião entre os
ministros dos países e o secretário-geral da Opep, o líbio Abdala
Salem El-Badri.
A atual oferta da Opep, de 24,84 mbd, vigente desde o início de
2009, foi determinada após o acordo sobre a retirada de 4,2 mbd, em
comparação com o volume fornecido em setembro de 2008, com o
objetivo de frear a queda do valor do petróleo, provocada pela crise
financeira.
Após chegar ao um valor de menos de US$ 35 em dezembro, depois
dos máximos históricos de quase US$ 150 em julho de 2008, os preços
do barril de petróleo se recuperaram nos últimos meses, até rondar
os US$ 70, um nível que a Opep considera satisfatório.
"Com um preço entre US$ 68 e US$ 73 (por barril), o que mais se
pode desejar?", disse Ali bin Ibrahim al-Nuaimi, ministro do
Petróleo da Arábia Saudita, o maior exportador mundial de petróleo e
líder natural da organização.
"Não acho que agora seja o momento de cortar a produção. Achamos
que a economia mundial está imersa em muitas incertezas e não
queremos prejudicá-la, Temos que ser muito cautelosos", disse o
ministro do Catar, Abdullah bin Hamad al-Atiyah.
Já o argelino Chakib Khelil qualificou de "suficiente" uma
melhora no cumprimento da redução estipulada em dezembro, já que
ainda não foi aplicada 100%.
A maior aderência à cota conjunta facilitaria um equilíbrio na
relação entre a oferta e a demanda, junto a uma esperada melhora da
economia mundial, além de conseguir que as reservas armazenadas de
petróleo deixem de crescer, como está acontecendo no momento.
Por outro lado, os analistas preveem que o Conselho de Ministros
da Opep ratifique a nomeação oficial do ministro equatoriano de
Minas e Petróleos, Germánico Pinto, como presidente do cartel em
2010, e o novo ministro iraniano, Massoud Mir-Kazemi, como
vice-presidente. EFE