Para diretora Randa Haines, cinema europeu "valoriza mais" o diretor

Publicado 08.11.2011, 20:01
Atualizado 08.11.2011, 21:14

Marta Berard.

Manaus, 8 nov (EFE).- A diretora americana Randa Haines considera que o cinema europeu concede mais poder ao diretor do que ocorre em seu país, e diz que não gosta de se sentir "sob uma ameaça" ao rodar projetos com grandes produtoras.

"A principal diferença é que o diretor realmente é considerado o autor do filme. Nos EUA, é o estúdio", disse Randa em entrevista à Agência Efe nesta terça-feira em Manaus, onde acontece o festival internacional de cinema Amazonas Film Festival.

A menos que o contrato especifique por escrito que o corte final será do diretor, a produtora goza de plenos poderes sobre a obra, explica a cineasta, que recebeu uma nomeação ao Oscar pelo aclamado "Filhos do Silêncio" (1986) e terá seu novo trabalho protagonizado pela francesa Agnès Jaoui ("O Gosto dos Outros").

Para Randa, que vive em Paris há seis anos, as grandes produções envolvem discussões de poder que "não são realmente saudáveis", já que, "à medida que o dinheiro cresce, a loucura aumenta". Além disso, disse que as histórias pessoais são muito difíceis de serem produzidas pelos grandes estúdios, e defendeu que "todos os países têm apetite" por esse tipo de história.

"Sempre senti que minha sensibilidade é mais próxima do cinema europeu. Sinto-me mais agraciada, meu trabalho é mais apreciado", disse a diretora de filmes como "Recordações" (1993) e "Um Golpe do Destino" (1991).

Randa explicou que o que a faz considerar um filme como um bom trabalho é a honestidade, o ponto de vista e o fato de que tenha algo para contar, e criticou as produções nas quais, como espectadora, se sente "manipulada" ou nota "armadilhas".

Apesar de ter trabalhado com grandes estrelas como Shirley McLaine, William Hurt e Naomi Watts e ter em seu histórico grandes prêmios internacionais, a cineasta não perdeu a expectativa gerada por um filme, e ainda hoje "sente a mesma emoção" a cada vez que se apagam as luzes na sala de cinema.

Segundo ela, em apenas cinco minutos de projeção é possível descobrir se é possível confiar no diretor do filme e perceber que a obra "está em boas mãos".

Sobre seu novo projeto, realizado em Istambul, Randa disse que se trata da história de uma cantora francesa que conhece um homem interessante na Turquia, uma experiência que lhe oferece a possibilidade de explorar seu passado. Além de unir duas culturas distintas, uma metáfora recorrente em sua filmografia. "Quase todos os meus filmes mostra o encontro de pessoas de diferentes culturas".

A diretora falou de Colin Firth como um dos atores com os quais mais gostaria de trabalhar devido à sua "humanidade" ao interpretar. No entanto, sua lista de ídolos é longa, e inclui nomes como Clive Owen e Meryl Streep, que para ela está "cada vez melhor".

Randa Haines participa do festival como membro do júri internacional de longas-metragens ao lado do ator mexicano Alfonso Herrera e do diretor brasileiro Cao Hamburger, entre outros.

A seção competitiva da oitava edição do Amazonas Film Festival, que começou na quinta-feira com a estreia mundial do filme "Xingu", dirigido por Hamburger e produzido por Fernando Meirelles, envolve 33 produções de 10 países. EFE

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