Assunção, 30 set (EFE).- O Paraguai pode começar a vender
diretamente no mercado brasileiro a partir do ano que vem o
excedente da energia que lhe corresponde gerada pela usina
hidroelétrica bilateral de Itaipu, no marco do acordo assinado pelos
Governos de ambos os países, informaram hoje fontes oficiais.
O anúncio foi realizado durante a reunião realizada hoje em
Assunção entre delegados paraguaios e brasileiros de uma comissão
formada para atender as exigências de melhores ganhos com a
hidroelétrica feitas pelo Governo do presidente do Paraguai,
Fernando Lugo, informou a Chancelaria do país em comunicado.
Lugo e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinaram em 25 de
julho passado em Assunção um acordo que estipula o maior
aproveitamento de Itaipu e que ainda não foi aprovado pelos
Parlamentos de ambos os países.
Durante a reunião, ficou decidido que a venda ao Brasil começará
de maneira gradual em 2010 com a energia gerada na represa paraguaia
de Acaray, próxima à de Itaipu. A partir de 2011, a energia virá
desta última.
Também foi definido que, no caso de Itaipu, a venda inicial seria
de 300 megawatts por ano.
Lugo e Lula fecharam acordo em julho para triplicar o valor dos
pagamentos que o Paraguai recebe pela cessão do excedente de sua
parte da energia gerada pela usina de Itaipu, a maior do mundo em
funcionamento.
Assim, Paraguai passaria a receber US$ 360 milhões anuais em vez
dos atuais US$ 120 milhões.
A declaração assinada por Brasil e Paraguai estabelece também a
possibilidade de que o Paraguai comercialize seu excedente
diretamente no mercado brasileiro ou que o venda para terceiros
países. EFE