Redação Central, 18 mai (EFE).- Vencedor de duas edições da Liga dos Campeões e de uma Copa da Uefa, o Porto entrou em campo nesta quarta-feira como franco favorito para ficar com o título da Liga Europa e não decepcionou, vencendo o Braga, cujo único título de expressão na história e a Taça de Portugal do distante ano de 1966.
A conquista alcançada no estádio Aviva, em Dublin, coroa uma temporada praticamente perfeita do time comandado pelo jovem técnico André Villas-Boas, ex-auxiliar de José Mourinho, que faturou o Campeonato Português de forma invicta e é finalista da Taça de Portugal, cuja decisão será disputada neste domingo, contra o Vitória de Guimarães.
Quem teve a incumbência de fazer o gol do triunfo por 1 a 0 foi o colombiano Falcao García, aos 43 minutos do primeiro tempo, de cabeça. O atacante balançou a rede pela 17ª vez nesta Liga Europa, tendo sido o artilheiro isolado do torneio.
O único troféu que escapou nos últimos meses foi o da Taça da Liga de Portugal, conquistado pelo Benfica, depois que o Porto caiu nas semifinais.
O dia foi especial para o goleiro brasileiro Hélton, capitão da equipe e que levantou a taça no dia em que completa 33 anos. O ex-jogador do Vasco teve entre os titulares a companhia de dois compatriotas, o volante Fernando e o atacante Hulk. O zagueiro Maicon, o também volante Souza e o também atacante Walter permaneceram os 90 minutos no banco de reservas.
No Braga, que ficou em quarto no Português, nove foram os jogadores vice-campeões que nasceram no Brasil. O goleiro Artur, o zagueiro Paulão, o volante Vandinho e os atacantes Paulo César, Alan e Lima começaram jogando; o zagueiro Kaká e o meia Márcio Mossoró entram no decorrer da partida, enquanto o volante Leandro Salino não foi mandado a campo pelo treinador Domingos Paciência.
O Porto fez valer a força de sua camisa desde o começo, e teve as melhores chances da etapa inicial. No entanto, quem levou um susto primeiro foi Hélton, aos quatro minutos, quando Custódio recebeu nas costas da zaga e chutou forte, mandando perto da trave direita.
A equipe de Villas-Boas respondeu em seguida, aos sete minutos, em bela jogada individual de Hulk. O atacante brasileiro limpou o primeiro com um drible da vaca, passou pelo segundo e finalizou com força, mas também para fora.
O Porto era todo ataque, enquanto o Braga fazia o jogo que lhe foi peculiar em toda a Liga Europa, esperando um erro do adversário, para sair em contra-ataque, algo que não acontecia. Aos 18 minutos, Falcao sofreu falta e, após cobrança de Hulk, tentou o cabeceio, mas foi flagrado em posição ilegal.
Apesar de ter maior posse de bola, o atual campeão português tinha dificuldades para criar chances de gol e incomodar o goleiro do time que ficou com o quarto lugar da competição nacional. Aos 31, Guarín acelerou pela direita e levantou na cabeça de Varela, que arrematou mal.
O Braga ensaiou uma pressão a partir dos 30 minutos, mas foi contido logo depois, e da melhor maneira possível, do ponto de vista do Porto. Aos 43 minutos, Guarín fez nova jogada pela direita, deixando três adversários para trás, e fez novo chuveirinho. Desta vez, quem apareceu para cabecear foi Falcao, que estufou a rede.
Na volta para o segundo tempo, Paciência colocou em campo outros dois brasileiros, o zagueiro Kaká e o meia Márcio Mossoró, que teve a chance de empatar logo com um minuto. O ex-jogador do Paulista e do Internacional apareceu livre, invadiu a área e bateu rasteiro, em cima de Hélton.
As alterações e a conversa no vestiário ajudaram o Braga, que equilibrou a posse de bola e passou a frequentar mais o campo do adversário. Aos 13 minutos, Alan foi lançado do meio de campo e receberia livre, mas o ex-goleiro do Vasco saiu do gol como um zagueiro e fez o corte.
Apesar de atacar mais, o time do técnico Paciência errava no último passe e principalmente nas finalizações. Foi assim aos 25, quando, após escanteio cobrado por Custódio, a bola sobrou para Paulão, mas o zagueiro chutou para fora.
Um minuto depois, Hulk mostrou categoria e, da esquerda, cruzou de trivela para Varela, que errou a cabeçada por pouco e viu a bola ir pela linha de fundo.
Mais na base do desespero que da organização, o Braga tentava igualar, mas últimas oportunidades de gol foram do Porto, que levou perigo com duas tentativas seguidas de Belluschi. Aos 38 minutos, Artur segurou firme após levantamento; aos 40, em chute de longe, a bola foi para fora.
O último suspiro do vice-campeão português da temporada passada aconteceu nos acréscimos, aos 47. Custódio fez o chuveirinho para o segundo pau, buscando Meyong, mas o camaronês, que substituiu Lima, errou feio e saiu com bola e tudo.
Ficha técnica:.
Porto: Hélton; Sapunaru, Rolando, Otamendi e Álvaro Pereira; Fernando, Guarín (Belluschi) e João Moutinho; Varela (James Rodríguez), Hulk e Falcão. Técnico: André Villas-Boas.
Braga: Artur; Miguel García, Paulão, Alberto Rodríguez (Kaká) e Sílvio; Vandinho, Custódio e Hugo Viana (Mossoró); Paulo César, Alan e Lima (Meyong). Técnico: Domingos Paciência.
Arbitragem: Carlos Velasco Carballo (Espanha), auxiliado por seus compatriotas Roberto Alonso Fernández e Jesús Calvo Guadamuro.
Cartões amarelos: Sapunaru (Porto); Hugo Viana, Sílvio, Miguel García, Mossoró e Kaká (Braga).
Gol: Falcao (Porto). EFE