PEQUIM (Reuters) - A China planeja cortar até 80 milhões de capacidade excedente de produção de aço nos próximos três anos para lidar com um quadro de excesso de oferta que mergulhou o setor siderúrgico em uma crise, afirmou uma autoridade do governo chinês no sábado.
Falando durante um fórum do setor, Luo Teijun, do departamento de matérias-primas do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação afirmou que a China vai publicar até junho um novo plano para reestruturar sua indústria siderúrgica entre 2015 e 2017.
"O principal objetivo é fortalecer a posição de mercado de empresas e melhorar a competitividade geral do setor", disse Luo.
Segundo o esboço do plano, a China vai reduzir o número de empresas siderúrgicas para "cerca de 300", ante mais de 500 atualmente. O país vai também se esforçar para conseguir crescimento zero no consumo de energia pelo setor, além de reduzir emissões de poluentes até 2017, disse Luo.
Na semana passada, em um plano separado de desenvolvimento para o setor, o ministério afirmou que tinha como meta colocar sob controle das 10 maiores siderúrgicas da China 60 por cento da capacidade de produção de aço do país até 2025, 10 anos depois do prazo original.
A China tem enfrentado problemas para resolver o problema do excesso de capacidade do setor, que chega agora a 300 milhões de toneladas, com governos locais obssessivos por crescimento encorajando empresas a expandir suas atividades o mais rápido possível.
Zhao Xizi, presidente da câmara de comércio para pequenas e médias empresas metalúrgicas da China, afirmou que os problemas enfrentados pelo setor são apenas o começo.
Ele afirmou que a relação entre a quantidade de aço consumida a cada 10 mil iuans de crescimento do Produto Interno Bruto da China caiu de 174 quilos em 2007 para 100 quilos em 2014, devendo cair em mais 70 quilos nos próximos anos conforme a estrutura da economia do país muda e a indústria siderúrgica atinge finalmente um pico de produção.
"Até cerca de 2019 a produção de aço terá passado do auge e vai começar a cair", disse ele. "A real crise para o setor, e o período em que o excesso de capacidade será realmente mais sério, vai vir depois de 2018", acrescentou.