Presidente do Banco Central prevê crescimento de 4% já no 2º semestre

Publicado 23.10.2012, 23:03

São Paulo, 23 out (EFE).- O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, previu nesta terça-feira um crescimento no país de 4% em termos anualizados tanto para o segundo semestre deste ano como para 2013, além de uma baixa aceleração econômica no contexto internacional por um tempo prolongado.

Tombini explicou que é necessário supervisionar a situação econômica externa e seu impacto sobre as contas brasileiras, mas destacou que a economia do país é ainda "relativamente fechada" e, portanto, é preciso prestar atenção ao mercado interno.

Em um encontro com empresários em São Paulo, disse que não se pode "ignorar" que o "fraco desempenho da economia mundial" e especialmente a desaceleração da China, principal parceiro comercial do Brasil, teve um impacto sobre o crescimento, segundo um comunicado.

No ato, organizado pela revista "Exame", Tombini apoiou suas previsões na baixa taxa de desemprego no Brasil, na continuidade da criação de postos de trabalho, no aumento das rendas e na expansão do crédito de um melhor acesso aos serviços financeiros de empresas e famílias.

Além disso, declarou que ainda não se "manifestaram plenamente" o impacto de várias medidas adotadas pelo Banco Central como a redução das taxas de juros e a flexibilização do depósito compulsório.

Em sua opinião, no calor dessas medidas serão executados grandes investimentos públicos e privados no país nos próximos anos que contribuirão para elevar a competitividade da economia brasileira.

O presidente do BC fez um repasse da economia mundial e disse que as perspectivas seguem sendo de baixo crescimento econômico "por um período prolongado".

Tombini apontou a Europa como "principal fonte de preocupação" por apresentar vulnerabilidades econômicas e financeiras, embora tenha ressaltado que nos últimos meses se observaram importantes avanços e medidas para combater a falta de liquidez e as pressões sobre a gestão da dívida soberana nos países da eurozona.

O especialista manifestou que a crise econômica e financeira remonta há cinco anos nos quais se viveu um "breve período" de volta ao crescimento entre 2009 e 2011 que acabou não se sustentando.

Acrescentou que o legado para as economias avançadas, por enquanto, é de elevado endividamento, principalmente por parte dos governos.

Também citou a fragilidade dos mercados financeiros apesar das melhoras experimentadas, essencialmente nos Estados Unidos, e o elevado nível de desemprego que se situa acima dos níveis históricos.

"A recuperação foi uma das mais lentas quando se compara com os ciclos anteriores registrados desde a Grande Depressão de 1929", concluiu. EFE

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