Berlim, 16 jul (EFE).- O presidente do banco central alemão, (Bundesbank), Jens Weidmann, advertiu neste domingo contra a fórmula dos eurobonos como remédio para a crise da dívida grega, por considerar que teriam efeitos "destróieres" sobre a estabilidade monetária.
"Nada destruiria mais rapidamente e de forma duradoura o impulso para uma política orçamentária sólida que uma responsabilidade compartilhada sobre a dívida soberana", aponta Weidmann, em declarações ao "Bild am Sonntag".
O principal responsável do banco central alemão se pronuncia assim diametralmente contra do que pretendem "alguns políticos e economistas", ao apostar nos eurobonos como solução para a crise grega.
O Governo alemão, e especialmente seu ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, rejeitaram até agora categoricamente a possibilidade dos eurobonos, contrários a opinião de, entre outros, o primeiro-ministro luxemburguês e chefe do eurogrupo, Jean-Claude Juncker.
"A implantação dos eurobonos significaria que os europeus e especialmente o contribuinte alemão deveriam enfrentar a dívida grega", prossegue o presidente do Bundesbank, na edição dominical desse popular jornal.
Weidmann também rejeita a possibilidade de uma reestruturação da dívida grega como solução para o problema, já que considera que isso não resolveria a situação.
"A Grécia consome claramente mais do que produz, o orçamento estatal gera um alto déficit. Enquanto isso for assim, diminuir a dívida não é uma solução real", argumenta.
A crise da dívida centrará a cúpula extraordinária dos líderes da zona do euro convocada para a próxima quinta-feira, em que se discutirá o financiamento do segundo programa de resgate da Grécia. EFE