⌛ Perdeu a alta de 13% da ProPicks em maio? Assine agora e receba mais cedo as ações de Junho.Desbloquear ações

Principais crises que afetaram a economia mundial desde a Grande Depressão

Publicado 23.09.2009, 09:27
INF
-

Washington, 23 set (EFE).- Os chefes de Estado ou de Governo do Grupo dos Vinte (G20, os países desenvolvidos e as principais nações emergentes) se reúnem em Pittsburgh, na quinta e na sexta-feira, para coordenar políticas que sustentem os sinais de recuperação que a economia mundial começa a dar após a pior crise desde a Grande Depressão.

Esta é a relação das mais graves crises que atingiram os mercados desde o "crack" da bolsa de Nova York, em 1929, e as medidas tomadas para resgatá-los:.



1929. "O crack de 29". A crise econômica mundial dos anos 1930 foi precipitada pela queda dos preços de produtos agrários no mercado americano em 1928.

A bolha estourou em 29 de outubro de 1929, quando, após três meses de quedas consecutivas na produção e nos preços, foram vendidas, de uma só vez, 16 milhões de ações, o que quebrou a Bolsa de Nova York.

Depois do desastre de 1929, a legislação básica da bolsa foi alterada. Uma das leis fundamentais foi o "Securities Exchange Act" (1934), que criou a Comissão de Valores Mobiliários (SEC, em inglês), o órgão encarregado da supervisionar e vigiar os mercados nos EUA.

Algumas de suas funções são: divulgar informações ao público sobre os produtos que compram, ordenar as atividades das entidades que intervêm no mercado, fiscalizar para que não haja abusos e controlar as atividades das bolsas de valores.



1944. Após a Segunda Guerra Mundial, a comunidade internacional realizou uma conferência monetária e financeira promovida pelas Nações Unidas. Do encontro, surgiram os acordos de Bretton Woods, que determinaram as regras para as relações comerciais e financeiras entre os países mais industrializados do mundo.

Também foi decidida a criação do Banco Mundial (BM) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), assim como o uso do dólar como moeda de referência internacional.



1971- "O fim do padrão ouro". O excessivo gasto dos EUA em investimentos no exterior e a Guerra do Vietnã fizeram as reservas de ouro do país caírem drasticamente. Com isso, o valor do dólar deixou de ser lastreado por este metal.

Por isso, em meio a fortes especulações e fugas de capitais, o presidente Richard Nixon decidiu suspender a conversibilidade com o ouro e desvalorizou a moeda americana em 10%, algo que fez sem consultar os demais membros do Sistema Monetário Internacional.

Dois anos depois, os EUA voltaram a desvalorizar a moeda, acabando finalmente com o "padrão ouro". Assim começou a era dos câmbios flutuantes, que variam em função da evolução dos mercados internacionais de capital.



1973. "Embargo do petróleo durante o conflito arabe-israelense". O corte no fornecimento promovido pelos países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) durante a Guerra do Yom Kippur fez a cotação do produto subir US$ 2,50, para US$ 11,50, em 1974. Isto elevou os gastos do Ocidente com energia e provocou uma forte crise nos países mais industrializados.

A partir desta crise de preços, os países ocidentais começaram a adotar políticas para poupar e diversificar a matriz energética. Como medida de defesa, em 1974 também foi criada a Agência Internacional de Energia (AIE).



1979. "A Revolução Iraniana". A derrubada do xá Mohammad Reza Pahlevi e a instauração da República Islâmica no Irã voltaram a impactar o preço do petróleo e a causar um novo colapso internacional.

Embora as economias ocidentais estivessem mais preparadas desta vez, já que haviam reduzido bastante seu consumo de petróleo, a queda na oferta provocou um longo período de preços extraordinariamente altos.

A crise afetou principalmente os países em desenvolvimento, que, além da inflação e dos gastos maiores com a compra de petróleo, tiveram que enfrentar um ciclo de crise financeira por sua elevada dívida externa.



1980. "O Iraque invade o Irã". No final de 1980, o preço do petróleo tornou a bater recordes. O barril chegou a ser negociado a US$ 40, nível que não atingia havia dez anos.

Os altos preços levaram o Ocidente a elevar sua própria produção de petróleo em zonas como o Mar do Norte.



1987. "Segunda-feira Negra". Em 19 de outubro de 1987, milhões de investidores começaram a vender suas ações na Bolsa de Nova York devido à crença generalizada de que empresas eram compradas com dinheiro procedente de empréstimos e de que havia manipulação de informações privilegiadas.

O Dow Jones despencou 508 pontos (22,6%) num único dia, superando as sucessivas baixas provocadas pela Grande Depressão e arrastando as bolsas européias e japonesas.

Isto trouxe como conseqüência a intensificação da coordenação monetária internacional e dos principais assuntos econômicos.



1997. "Crise do mercado asiático". Em julho, a moeda tailandesa se desvalorizou, e, após ela, caíram as da Malásia, Indonésia e Filipinas, o que repercutiu também em Taiwan, Hong Kong e Coréia do Sul.

Seu efeito arrastou o resto das economias e esta crise, que em um primeiro momento parecia ser regional, acabou se convertendo na primeira crise global.

O FMI elaborou uma série de pacotes de "resgate" para salvar as economias mais afetadas e promoveu uma série de reformas estruturais.



1998. "Crise do rublo". O sistema bancário nacional da Rússia entrou em colapso, com uma suspensão parcial de pagamentos internacionais, a desvalorização da moeda russa e o congelamento dos depósitos em moeda estrangeira.

O FMI concedeu vários empréstimos multimilionários para conter a queda livre da divisa e que o impacto fosse irreparável no mercado internacional. O Fundo também pediu às autoridades russas para acelerar as reformas estruturais internas para fortalecer seu sistema financeiro.



2000. "Crise das pontocom". Os excessos da nova economia deixaram uma esteira de falências, fechamentos, compras e fusões no setor da internet e das telecomunicações e um grande buraco nas contas das empresas de capital risco.

Em 10 de março, o principal índice do Nasdaq, máximo expoente da "nova economia" e do sucesso das empresas de tecnologia, fechou em 5.048,62 pontos, seu recorde histórico.

Em apenas três anos a crise apagou do mapa quase cinco mil companhias e algumas das grandes corporações de telecomunicações foram protagonistas dos maiores escândalos contábeis da história.

O Federal Reserve (Fed, banco central americano) respondeu com uma redução das taxas de 0,5 ponto percentual.



2001. "11 de Setembro". Os atentados de 11 de setembro de 2001 contra as Torres Gêmeas em Nova York e o Pentágono em Washington, que deixaram um saldo de cerca de três mil mortos, também fizeram desabar as bolsas.

O Nikkei caiu mais de 6% e as bolsas européias tiveram fortes quedas que levaram os investidores a buscar abrigo no ouro e nos bônus do Tesouro americano.

O Fed também respondeu com cortes das taxas - quatro até o fim do ano- na campanha mais forte de sua história.



2008-2009. A crise financeira originada nos EUA em consequência das hipotecas lixo ("subprime") que concederam sem garantias a milhares de cidadãos, acaba com os grandes gigantes financeiros do país e seu contágio se estende a todo o mundo e afeta às economias reais, causando a crise mais grave desde os anos trinta.

Esta situação leva ao presidente George W. Bush, primeiro, e a de Barack Obama, depois, a lançar uma intervenção em massa do Governo na economia dos EUA, que acabou o 2008 com uma contração trimestral do 6,3 %, a maior em 26 anos.

A primeira decisão de Bush foi estabilizar o sistema financeiro com um pacote de US$ 700 bilhões, do que só gastou a metade. Seu sucessor reconverteu a medida e lançou um plano de recompra de ativos tóxicos para sanear os balanços bancários que poderia ascender a US$ 1 trilhão.

Em paralelo, Obama apresentou um ambicioso plano de estímulo de US$ 787 bilhões, com o qual quer revitalizar a economia a golpe de investimentos e infraestruturas, educação e emprego, e potenciar uma nova indústria, a das energias alternativas, para criar novos empregos.

A terceira parte do plano de Obama é a reforma dos mercados financeiros, perante a constância de que a supervisão nos anos do boom financeiro foi pouca ou quase nula.

Nos últimos meses, as economias começaram a dar motivos para o otimismo e, em agosto, França e Alemanha anunciaram que tinham começado a crescer no segundo trimestre do ano.

Por sua parte, o presidente do Federal Reserve americano, Ben Bernanke, afirmou em 15 de setembro que "é muito provável" que a recessão já tenha terminado nos EUA. EFE

Últimos comentários

Carregando o próximo artigo...
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.