Rio de Janeiro, 1 out (EFE).- A produção industrial brasileira se
contraiu em agosto 0,1% em relação a julho, mas acumulou uma
expansão de 14,1% nos primeiros oito meses do ano em relação ao
mesmo período de 2009, informou hoje o Governo.
Apesar de ter sido ligeiramente inferior à de julho, a produção
das fábricas brasileiras em agosto foi 8,90% superior à do mesmo mês
do ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
A retração em agosto volta a colocar em dúvida a atual tendência
do setor,porque a produção tinha crescido em julho 0,6% frente a
junho, após três meses consecutivos de queda na comparação com o mês
imediatamente anterior.
Apesar dos economistas considerarem que a produção tinha voltado
a crescer no terceiro trimestre do ano após a desaceleração do
segundo e esperavam uma expansão em agosto, o resultado contradisse
suas previsões.
O crescimento de 8,9% na comparação com agosto do ano passado
permitiu que o país completasse dez meses consecutivos de expansão
nesta comparação, e que a produção acumulasse este ano até agosto um
crescimento de 14,1%.
A produção nos últimos 12 meses até agosto acumulou um
crescimento de 8,3% frente à registrada entre setembro de 2008 e
agosto de 2009, precisamente o período em que o Brasil sofreu os
piores efeitos da crise econômica global.
A indústria foi o setor mais afetado pela crise no Brasil, já que
ficou sem fontes de crédito e enfrentou uma forte queda da demanda
externa, mas é também o que vem impulsionando o crescimento
econômico do país este ano.
O Banco Central (BC) prevê que o Brasil crescerá este ano 7,3%,
sua maior expansão em 24 anos, graças à produção industrial que
acumulará aumento de 10,9%.
Segundo os dados divulgados pelo IBGE, 16 dos 27 setores
analisados registraram uma contração da produção em agosto frente a
julho, liderados por metalurgia básica (5,8%), refino de petróleo e
produção de etanol (3,6%) e farmacêutica (5,5%).
Na comparação com agosto do ano passado, 22 dos 27 setores
analisados registraram crescimento da produção, assim como 68% dos
755 produtos estudados.
As fábricas que mais aumentaram sua produção frente a agosto do
ano passado foram as de veículos automotores (27,2%), máquinas e
equipamentos (20,7%), alimentos (9,5%), extrativistas (10,7%),
metalurgia básica (9,9%) e produtos de metal (18,5%). EFE