LONDRES (Reuters) - O presidente russo, Vladimir Putin, acusou nesta segunda-feira o Ocidente de tentar destruir a Rússia e exigiu que promotores adotem uma linha dura com o que ele classificou como tramas arquitetadas por espiões estrangeiros para dividir o país e desacreditar suas Forças Armadas.
Falando a importantes promotores da Rússia e observado por seu ministro da Defesa, Putin acusou o Ocidente de incitar ataques a jornalistas russos.
Ele disse que o Serviço Federal de Segurança (FSB), o principal sucessor da KGB da era soviética, impediu nesta segunda-feira uma tentativa de assassinato por um "grupo terrorista" contra um famoso jornalista de TV russo nomeado pela mídia estatal como Vladimir Solovyev.
"Eles passaram para o terror -- para preparar o assassinato de nossos jornalistas", afirmou Putin sobre o Ocidente.
Solovyev é um dos jornalistas de rádio e TV mais influentes da Rússia e o apresentador de talk shows cujos convidados muitas vezes depreciam a Ucrânia e justificam as ações de Moscou no país vizinho.
Putin, um ex-espião da KGB que governa a Rússia como líder supremo desde o último dia de 1999, não forneceu provas de imediato para sustentar suas declarações, e a Reuters não conseguiu verificar imediatamente as acusações.
Solovyev não pôde ser imediatamente contatado para comentar.
Putin disse que o Ocidente percebeu que a Ucrânia não poderia vencer a Rússia na guerra, então mudou para um plano diferente -- a destruição da própria Rússia.
"Outra tarefa veio à tona: dividir a sociedade russa e destruir a Rússia por dentro", afirmou Putin. "Não está funcionando."
Putin disse que organizações de mídia estrangeira e mídias sociais foram usadas por espiões do Ocidente para fazer provocações contra as Forças Armadas da Rússia.
Os promotores devem reagir rapidamente a notícias e relatos falsos que minam a ordem, afirmou Putin, sem dar exemplos específicos.
"Eles geralmente são organizados principalmente no exterior, organizados de maneiras diferentes -- ou a informação vem de lá ou o dinheiro", disse Putin. Os promotores devem combater o extremismo "mais ativamente", acrescentou.
Poucos dias depois de ordenar a invasão da Ucrânia, Putin assinou uma lei que impõe pena de prisão de até 15 anos por espalhar intencionalmente notícias "falsas" sobre os militares.
A Rússia diz que a mídia ocidental tem feito uma narrativa excessivamente parcial da guerra na Ucrânia que ignora amplamente as preocupações de Moscou sobre a ampliação da Otan e o que diz ser a perseguição de pessoas que falam russo na Ucrânia.
A Ucrânia, que nega discriminação contra falantes de russo, não respondeu imediatamente à declaração de Putin.
A invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro matou milhares de pessoas, deslocou outros milhões e aumentou o medo de um confronto mais amplo entre a Rússia e os Estados Unidos -- as duas maiores potências nucleares do mundo.
Putin diz que a "operação militar especial" na Ucrânia é necessária porque os EUA estavam usando a Ucrânia para ameaçar a Rússia e que a Ucrânia é culpada do genocídio de pessoas que falam a língua russa.
A Ucrânia afirma que está lutando contra uma apropriação de terras pela Rússia e que as alegações de genocídio de Putin são absurdas.