Bruxelas, 22 fev (EFE).- A rainha Beatrix da Holanda recebeu hoje
o recém-renunciado primeiro-ministro do país, Jan Peter Balkenende,
dentro da rodada de conversas com os líderes de todas as forças
políticas para decidir os passos a seguir após a queda do gabinete
de coalizão.
Se a Rainha aceitar formalmente a renúncia apresentada pelo
Executivo após sua dissolução, os demais partidos da coalizão -
democratas-cristãos e trabalhistas - continuarão como Governo
interino até que sejam convocadas eleições gerais.
O pleito ocorrerá no mais tardar em maio, em vez de princípios de
2011, como correspondia, informa a emissora pública "Radio
Netherlands" em seu site.
Até lá, os ministros dos partidos que permanecem no Governo
assumirão os cargos vacantes nos ministérios após a saída dos
trabalhistas.
O Partido Trabalhista (PvdA) abandonou a coalizão governista que
formava junto à União Cristã e ao Apelo Cristão-Democrático (CDA) do
primeiro-ministro devido às divergências dos partidos do Governo
sobre a permanência ou não das tropas holandesas no Afeganistão.
A decisão dos trabalhistas provocou na madrugada de sábado a
queda do Executivo holandês.
O democrata-cristão Balkenende liderava desde fevereiro de 2007
um Governo de coalizão entre seu partido (CDA), o Pvda e a União
Cristã.
A queda do Executivo de Balkenende ocorreu após uma longa
discussão sobre se as tropas holandesas deviam ou não continuar um
ano mais no Afeganistão.
Os trabalhistas eram partidários de não prolongar a missão, nem
sequer para adestrar militares afegãos, como propunha a Organização
do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Os CDA e a União Cristã queriam cumprir com as
"responsabilidades" solicitadas pela Otan e aumentar a participação
da Holanda na missão no Afeganistão.
O colapso do Governo provocará a retirada das tropas holandesas
da província afegã de Uruzgan a partir do próximo mês de agosto.
Essa medida foi estabelecida em uma decisão do Governo do final
de 2007, segundo a qual Holanda se comprometia a estender em dois
anos a permanência de seu contingente em Uruzgan a partir de 1º de
agosto de 2008.
A retirada dos 1,5 mil soldados holandeses será completada
provavelmente no final de dezembro deste ano, segundo a "Radio
Netherlands". EFE